quinta-feira, novembro 13, 2025
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O Brasil que alimenta e preserva: A verdade revelada pela Embrapa na COP30

Confira a coluna do professor Dr. Givanildo Silva

Prof. Givanildo Silva – Doutor em Ciências Contábeis e Administração.

Há tempos o agronegócio brasileiro é acusado — injustamente — de ser o vilão ambiental do planeta. A cada nova conferência sobre o clima, ecoam discursos de que o campo brasileiro devasta, polui e destrói. Pois bem: a ciência respondeu. E respondeu com dados.

Na COP30, em Belém, a Embrapa Territorial apresentou um estudo de peso: 65,6% do território nacional permanece coberto por vegetação nativa. É isso mesmo — mais de dois terços do Brasil estão intactos. E mais: apenas 31% do país é ocupado por atividades agropecuárias. Ou seja, produzimos alimento, energia e riqueza em menos de um terço do território, preservando o restante.

O dado mais impressionante, porém, é outro: quase um terço de toda essa vegetação nativa está dentro das propriedades rurais. É o produtor que cuida, conserva e mantém o verde em pé. Para cada hectare cultivado, há praticamente outro hectare preservado — e isso sem nenhum subsídio, sem pagamento ambiental, sem aplauso. Apenas com a consciência de quem vive do solo e entende o valor da terra.

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O mito do desmatamento e a realidade do campo

O estudo da Embrapa desmonta de vez o discurso fácil de que o agronegócio é o grande inimigo da natureza. A Amazônia mantém mais de 83% da sua cobertura original, e no Cerrado — berço das águas — mais da metade ainda é vegetação nativa. Isso tudo em um país que é líder global em exportação de alimentos, fibras e biocombustíveis.

É o Brasil que alimenta mais de um bilhão de pessoas, que move a economia, que sustenta a balança comercial e que, de quebra, mantém uma das maiores áreas preservadas do planeta. Nenhum outro grande produtor de alimentos no mundo chega perto disso. Nos Estados Unidos e na Europa, quase todo o território agricultável foi convertido em lavouras e cidades. Aqui, não: o campo produz e protege.

A responsabilidade invisível

Os números da Embrapa são também um lembrete de uma injustiça histórica. Quem protege o meio ambiente no Brasil não é apenas o Estado, mas o produtor rural — aquele que planta soja, cria gado, colhe café e corta cana. São milhões de brasileiros que mantêm florestas em pé dentro de suas propriedades, sem receber nada por isso.

Se houvesse justiça ambiental de verdade, o Brasil seria recompensado por esse equilíbrio exemplar entre produção e conservação. Deveríamos ser referência mundial em políticas de créditos de carbono, pagamentos por serviços ambientais e tecnologia de uso sustentável do solo. Mas, na prática, o que recebemos é desconfiança e barreiras comerciais disfarçadas de “preocupação ambiental”.

Inovação e sustentabilidade caminham juntas

A Embrapa mostrou ainda que o país está muito à frente em tecnologia de solo, manejo da água, conservação e rastreabilidade. Os novos mapas de erodibilidade e o uso de sensoriamento remoto indicam caminhos para uma agricultura de baixo impacto, com monitoramento em tempo real e gestão de bacias hidrográficas.

Ou seja, o agronegócio brasileiro não é o problema — é parte fundamental da solução. Produzindo com eficiência e responsabilidade, ele mostra ao mundo que é possível crescer sem destruir.

A agricultura tropical brasileira é uma das maiores conquistas científicas da humanidade: transformou um país antes dependente de importações em um dos maiores exportadores de alimentos do planeta, sem abrir mão da preservação ambiental.

O futuro verde do campo

Na COP30, enquanto muitos países discursavam sobre metas, o Brasil apresentou resultados. O estudo da Embrapa é um retrato de um país que produz, conserva e inova — e que precisa ser valorizado por isso.

É hora de reconhecer o mérito de quem trabalha de sol a sol, de quem investe em tecnologia, respeita o Código Florestal e carrega nas costas boa parte do Produto Interno Bruto nacional.

O verdadeiro Brasil verde não está nos gabinetes nem nas manchetes alarmistas. Está no campo, nas mãos de quem planta e preserva. Está nos produtores rurais que sustentam a economia e protegem o meio ambiente.

O agronegócio brasileiro é, sim, patrimônio ambiental, social e econômico do país. E é tempo de o mundo — e o próprio Brasil urbano — reconhecer isso com o respeito que merece.

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