sexta-feira, julho 18, 2025
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Não é hora de confronto: Lula mira 2026 e põe o Brasil em risco com os EUA

Confira a coluna do professor Dr. Givanildo Silva

Prof. Givanildo Silva – Doutor em Ciências Contábeis e Administração.

A recente retórica agressiva do presidente Lula contra os Estados Unidos, culminando na promessa de taxar as big techs americanas em resposta às ameaças de tarifa de Donald Trump, revela mais que uma questão de soberania nacional, escancara uma estratégia política mirando 2026, ainda que custe a estabilidade econômica do Brasil.

Em vez de recorrer à diplomacia e ao bom senso, Lula escolheu o palco de um congresso estudantil para anunciar um embate com as maiores potências econômicas e tecnológicas do mundo. A ameaça de taxar empresas como Google, Meta e Amazon, por mais justa que possa parecer à primeira vista, é inoportuna e imprudente no momento atual. O Brasil precisa de investimentos, estabilidade cambial e confiança internacional. Uma guerra comercial, ainda que simbólica, só serve para alimentar crises.

O pano de fundo dessa escalada é nítido: reverter a perda de apoio popular e mobilizar a base ideológica. Em 2022, Lula se elegeu com a promessa de pacificação e reconstrução. Em 2025, parece mirar o embate e o antagonismo como tática eleitoral. Repetem-se os alvos simbólicos: “gringos”, “multinacionais”, “elites econômicas”. Em um mundo em transição tecnológica e reconfiguração geopolítica, o Brasil precisa de maturidade e estratégia, não de slogans inflamados.

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Trump, por sua vez, entra no jogo com sua habitual verve política, defendendo Jair Bolsonaro e ameaçando retaliar o Brasil com pesadas tarifas caso o ex-presidente seja condenado. Trata-se de uma chantagem inadmissível? Sim. Mas a resposta precisa estar à altura da diplomacia presidencial, e não de palanque político.

Taxar big techs é uma discussão válida, sobretudo por questões de concorrência desleal e evasão fiscal. Mas fazer disso um revide improvisado, motivado por revanche ideológica, é arriscado. O mercado observa. Investidores hesitam. E, mais uma vez, o Brasil se vê no centro de uma disputa que deveria ser resolvida com serenidade e estratégia, não com discursos inflamados.

O governo federal precisa entender que não se governa para a próxima eleição, mas para a próxima geração. Escalar tensões com os EUA em um momento de desaceleração econômica, juros altos e câmbio volátil é um tiro no pé. Enquanto Lula foca na eleição de 2026, o Brasil real espera soluções concretas, emprego, renda e estabilidade.

O Brasil precisa de pontes, não de muros. Diplomacia, não bravatas. Razão, não revanche. Se Lula quiser mesmo escrever um novo capítulo da história brasileira, que o faça como estadista, e não como candidato em eterna campanha.

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