terça-feira, outubro 7, 2025
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Lula e Trump: o diálogo como caminho para reconstruir pontes e restaurar o bom senso internacional

Confira a coluna do professor Dr. Givanildo Silva

Prof. Givanildo Silva – Doutor em Ciências Contábeis e Administração.

Em tempos de intolerância política e isolamento diplomático, a simples imagem de dois líderes — tão distintos em estilo e ideologia — sentando-se para conversar já carrega um simbolismo poderoso. A recente conversa entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump marca, mais do que um gesto protocolar, um movimento pragmático e necessário: o retorno da diplomacia do diálogo.

O mundo está cansado de muros. As sanções, as tarifas e o discurso de “nós contra eles” apenas agravam a desconfiança entre nações. Quando o presidente Lula decide ligar para Trump e propor uma reaproximação, ele não está cedendo — está exercendo liderança política. Falar com quem pensa diferente é a essência da política madura.

O pragmatismo acima das ideologias

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Durante décadas, as relações entre Brasil e Estados Unidos oscilaram entre a admiração e a desconfiança. Agora, com os dois países enfrentando turbulências econômicas e divisões internas, a conversa direta torna-se uma estratégia inteligente.

Lula sabe que, para o Brasil crescer, precisa de acesso a mercados, investimentos e cooperação tecnológica. Trump, por sua vez, percebe a importância geopolítica do Brasil na América do Sul — um gigante agrícola, energético e diplomático. Um entendimento entre Brasília e Washington pode significar muito mais do que o fim das tarifas: pode abrir portas para acordos em infraestrutura, energia limpa, segurança alimentar e inovação.

Em um mundo cada vez mais fragmentado, o pragmatismo é a nova forma de coragem política.

O diálogo como ferramenta de paz

O gesto de Lula tem valor simbólico e histórico. Durante anos, a diplomacia brasileira foi reconhecida por seu papel mediador, conciliador, promotor do entendimento entre polos opostos. Ao buscar diálogo com Trump, Lula retoma essa tradição e mostra que o Brasil ainda pode ser ponte, não trincheira.

Conversar com quem pensa diferente é mais difícil do que discursar para quem já concorda conosco. Mas é assim que se constrói a paz. É assim que se evita o abismo do radicalismo. A democracia amadurece no debate, não no silêncio.

A maturidade política de quem entende o jogo global

Críticos apressados enxergarão na conversa entre Lula e Trump uma contradição ideológica. Mas quem observa a política internacional com realismo sabe: governos mudam, mas os interesses nacionais permanecem. O verdadeiro estadista é aquele que dialoga com todos, sem abdicar de seus princípios.

Lula não precisa concordar com Trump para conversar com ele — assim como Trump não precisa admirar Lula para reconhecer a importância estratégica do Brasil. Essa é a lógica do mundo adulto: negociar, ceder um pouco, avançar muito.

Um gesto que pode inspirar o mundo

Se a conversa se transformar em uma visita de Trump ao Brasil, o evento poderá simbolizar algo raro na política contemporânea: a capacidade de líderes opostos retomarem o diálogo em nome do bem comum. Seria um recado forte ao planeta polarizado — o recado de que o diálogo ainda é possível.

Em um cenário global repleto de guerras, disputas e cancelamentos, o ato de conversar se torna revolucionário.

O telefonema entre Lula e Trump não é apenas uma notícia diplomática. É um lembrete. Um lembrete de que a política, em sua essência, é a arte de conversar. E que só há um caminho para superar as crises: sentar à mesa, olhar nos olhos e construir pontes — não muros.

O Brasil, que nasceu da mistura e do encontro, volta a oferecer ao mundo sua melhor contribuição: o exemplo de que o diálogo é, sempre, o primeiro passo para a paz.

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