terça-feira, dezembro 9, 2025
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Gasolina: o escândalo que ninguém explica, por que o Paraguai vende mais barato e o brasileiro paga a conta?

Confira a coluna do professor Dr. Givanildo Silva

Prof. Givanildo Silva – Doutor em Ciências Contábeis e Administração.

O Brasil convive com uma contradição que beira o absurdo: atravessando a fronteira, a poucos quilômetros de nossas cidades, a gasolina custa 0,86 dólar. Do lado de cá, sob o sol quente das nossas rodovias esburacadas, o brasileiro abre a carteira e paga 1,16 dólar pelo mesmo litro. É o retrato perfeito de um país que insiste em cobrar caro por aquilo que entrega pouco — e de um governo que prefere justificar do que resolver.

A pergunta é simples: por que a gasolina é barata no Paraguai e cara no Brasil? A resposta, infelizmente, também é simples: porque aqui o governo pesa a mão no bolso do cidadão e cria uma estrutura de custos que só funciona para quem arrecada, não para quem abastece.

Enquanto o Paraguai mantém uma política tributária direta, enxuta e amigável ao consumidor, o Brasil cria uma montanha de impostos, taxas, margens reguladas, exigências burocráticas e camadas intermináveis de custo. E, no fim, quem paga tudo isso? O trabalhador que tenta chegar ao serviço. O agricultor que depende do caminhão. O pai de família que já vê metade do salário evaporar em combustível.

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O governo brasileiro adora culpar o “preço internacional do petróleo”, o “câmbio”, os “estoques estratégicos”, as “regras ambientais”. Mas é curioso como, ao cruzar a fronteira, todos esses fatores desaparecem como num passe de mágica. O Paraguai importa praticamente todo o combustível e, ainda assim, vende mais barato. Como pode?

Pode porque lá não existe a mania de inflar o preço com tributos que servem mais para manter a máquina pública viva do que para melhorar a vida das pessoas. Pode porque há concorrência real, logística mais simples e menos interferência estatal. Pode porque o governo paraguaio entendeu algo que o nosso insiste em ignorar: combustível caro significa economia travada, transporte mais custoso, alimentos mais caros e população sufocada.

No Brasil, a gasolina cara virou uma espécie de política de estado. O governo sorri enquanto arrecada bilhões, mas finge surpresa quando o povo reclama. E o pior: trata qualquer proposta de redução tributária como irresponsabilidade, como se o “equilíbrio das contas públicas” não pudesse ser alcançado cortando privilégios, desperdícios e excessos governamentais — sempre sobra para o cidadão, nunca para quem administra.

A verdade é incômoda, mas precisa ser dita: o brasileiro banca um sistema pesado, caro e ineficiente, enquanto países vizinhos conseguem oferecer preços mais justos sem sacrificar a qualidade de vida da população. Se o Paraguai consegue vender gasolina a 0,86 dólar, não há explicação plausível para o Brasil cobrar 1,16 dólar, exceto a velha fórmula nacional — impostos demais, governo demais, resultado de menos.

No fim, a diferença de preço entre um lado e outro da fronteira não é apenas numérica: é simbólica. De um lado, um país que facilita. Do outro, um país que complica. De um lado, um governo que não atrapalha. Do outro, um governo que cobra caro para fazer pouco.

O Brasil só vai mudar quando reconhecer o óbvio: não existe país desenvolvido com combustível que esmaga o povo.

Até lá, seguimos abastecendo, pagando e engolindo a conta que o governo faz — e que o Paraguai prova, todos os dias, que poderia ser muito menor.

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