sexta-feira, julho 11, 2025
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Falar sobre pessoas, coisas ou ideias? Eis um termômetro da sociedade

Confira a coluna do professor Dr. Givanildo Silva

Prof. Givanildo Silva – Doutor em Ciências Contábeis e Administração.

Você já reparou no teor das conversas ao seu redor? Em grupos de trabalho, nas redes sociais, em almoços de família ou até nos corredores da universidade, boa parte dos diálogos gira em torno… de pessoas. Fulano fez isso, Beltrano não entregou aquilo, Cicrana está se achando. São narrativas fáceis, acessíveis, e muitas vezes — convenhamos — superficiais.

Existe uma frase popular, atribuída (embora sem comprovação direta) a Eleanor Roosevelt, que diz:
“Grandes mentes discutem ideias; mentes medianas discutem eventos; mentes pequenas discutem pessoas.”

Ainda que seja polêmico reduzir a complexidade humana a uma hierarquia tão rígida, a provocação é válida: o que ocupa o centro da sua fala revela muito sobre a qualidade do seu pensamento.

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Falar sobre pessoas, no sentido da fofoca, da crítica gratuita, da comparação rasa, é um hábito que exige pouco esforço intelectual — mas pode gerar muito ruído emocional. Ainda assim, é o tipo de conversa que mais rende curtidas, cliques e views. Não por acaso, reality shows lideram a audiência e escândalos ganham manchetes. Há algo de viciante (e perverso) em falar dos outros.

Falar sobre coisas ou eventos é um passo adiante. Conversas sobre inovações tecnológicas, acontecimentos políticos, mudanças econômicas ou mesmo o jogo de domingo ampliam a percepção de mundo. Mas ainda é o plano dos fatos, do que já aconteceu.

Já falar sobre ideias é navegar em outra camada. Exige abstração, escuta ativa, leitura, confronto de pontos de vista. Exige humildade para não ter razão, coragem para inovar e maturidade para mudar de opinião. É nesse território que nascem as grandes estratégias, as soluções duradouras, os projetos transformadores.

Uma sociedade que fala mais sobre ideias tende a ser mais criativa, mais crítica e mais democrática.
Uma equipe que debate ideias tem mais chance de inovar.
Uma escola que cultiva ideias prepara cidadãos, e não apenas repetidores de conteúdos.

Mas não se trata de demonizar as conversas sobre pessoas ou coisas. Muitas vezes, são delas que emergem as ideias. O ponto é o nível de consciência: estamos apenas reagindo ao mundo ou estamos propondo algo novo para ele?

A próxima vez que você entrar numa conversa, experimente este exercício: pergunte-se se está falando de alguém, de algo… ou de alguma ideia.
E mais importante: pergunte-se se essa conversa está empurrando você — e o mundo — um passo adiante.

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