O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que a população do Brasil em 2022 é estimada em 210,9 milhões de habitantes. Esse dado, que representa um aumento de 3,9% em relação ao Censo Demográfico de 2022, que registrou 203,1 milhões de pessoas, reflete uma variação superior às dos Censos de 2000 (3%) e 2010 (2,2%).
A metodologia utilizada pelo IBGE para essas estimativas é a de conciliação demográfica, que compara dados de três censos consecutivos e inclui informações sobre nascimentos, óbitos e migrações. Além disso, a Pesquisa de Pós-Enumeração (PPE) é incorporada para aumentar a precisão dos resultados. A data de referência do Censo foi ajustada de 31 de julho de 2022 para 1º de julho, a fim de garantir consistência nas comparações.
Projeções do IBGE: Queda nos nascimentos e impactos sociais até 2070
Até 2070, o Brasil deve enfrentar uma redução drástica no número de nascimentos, que deverá cair para 1,5 milhão por ano, cerca de 40% a menos que em 2022, quando foram registrados 2,6 milhões de nascimentos. A tendência de queda é evidente quando se considera que em 2000 foram registrados 3,6 milhões de nascimentos.
Essa projeção, baseada em dados do Censo 2022 e do Ministério da Saúde, reflete mudanças significativas no perfil das mães brasileiras, que estão adiando cada vez mais a maternidade. A idade média para o primeiro filho, que era de 25 anos no início do século, deve aumentar para 31 anos em 2070. A queda na natalidade é atribuída a fatores como dedicação à carreira, estabilização financeira e o custo de vida, que fazem com que muitas mulheres optem por ter menos filhos ou adiar a maternidade.
O impacto dessa mudança já pode ser observado na vida de muitas mulheres brasileiras, que estão tomando decisões mais conscientes sobre a formação de suas famílias, considerando, entre outros fatores, as despesas crescentes, especialmente em educação.
A taxa de fecundidade em todas as regiões do Brasil já está abaixo do nível de reposição (2,1 filhos por mulher), com uma previsão de que a taxa mais baixa, 1,44 filhos por mulher, seja atingida em 2041, antes de uma leve recuperação.
Envelhecimento da população brasileira: Desafios e preparação para o futuro
As projeções indicam que, até 2070, os idosos representarão 37,8% da população brasileira, o que significa que quase 4 em cada 10 brasileiros terão 60 anos ou mais. Atualmente, essa faixa etária corresponde a 15,6% da população, e o número total de idosos deve crescer de 33 milhões em 2023 para 75,3 milhões em 2070.
Esse envelhecimento demográfico transformará o Brasil de um país jovem em um país envelhecido, com impactos profundos tanto sociais quanto econômicos. A pressão sobre o sistema de previdência, a redução da força de trabalho e o aumento das desigualdades, à medida que mais famílias se veem obrigadas a cuidar de idosos, são alguns dos desafios esperados.
As cidades brasileiras, no entanto, não estão preparadas para essa mudança. A falta de infraestrutura adequada, como mobilidade urbana, serviços de saúde acessíveis e transporte público eficiente, torna urgente a adaptação das políticas urbanísticas para atender à crescente população idosa.
O índice de envelhecimento, que compara o número de idosos com o de crianças e adolescentes, deve aumentar significativamente, passando de 77,6 em 2023 para 316,2 em 2070. Além disso, a idade mediana da população deve subir de 34,8 anos para 51,2 anos, indicando um envelhecimento geral.
Essas mudanças demográficas são acentuadas por disparidades regionais. Em 2070, o Distrito Federal deverá ter o maior índice de envelhecimento, enquanto Mato Grosso terá o menor. Essas variações regionais precisam ser consideradas na formulação de políticas que visem mitigar os impactos do envelhecimento no Brasil.
