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Em 2023, economia supera as estimativas: O que esperar para 2024?

Confira a coluna do Doutor em Ciências Contábeis e Administração, Givanildo Silva

Foto: ClicRDC

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revisou recentemente os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) dos trimestres anteriores, indicando um desempenho mais robusto da economia brasileira do que o inicialmente estimado. A revisão apontou para um crescimento acumulado de 2022 de 3,0%, um leve aumento em relação à estimativa anterior de 2,9%.

Como foi o PIB em 2023?
Especificamente para o primeiro semestre de 2023, o PIB de janeiro a março foi revisado de 4,0% para 4,2%, enquanto o de abril a junho passou de 3,4% para 3,5%. Esses ajustes refletem uma economia em ascensão, com o PIB acumulado até setembro de 2023 registrando um crescimento de 3,2% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Já a elevação acumulada em quatro trimestres foi de 3,1%.

O crescimento do PIB no terceiro trimestre de 2023, em particular, superou as expectativas mais otimistas do mercado, com um aumento de 0,1% em relação ao trimestre anterior. Esse crescimento elevou o PIB para R$ 2,741 trilhões, colocando-o 7,2% acima do quarto trimestre de 2019, período imediatamente anterior à pandemia.

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Agronegócio, indústria e serviços impulsionando
O agronegócio, apesar de ter registrado uma queda de 3,3% no terceiro trimestre após cinco trimestres consecutivos de alta, continua sendo um setor forte. A queda é atribuída principalmente à sazonalidade da colheita de soja, que se concentra no primeiro semestre.

Por outro lado, a indústria e os serviços tiveram um desempenho melhor do que o esperado, com ambos os setores crescendo 0,6% no trimestre. A indústria, no entanto, enfrentou uma desaceleração no setor de construção civil. Além disso, houve uma queda na Formação Bruta de Capital Fixo, refletindo a política de juros elevados e marcando a quarta queda consecutiva desse indicador.

O setor de serviços foi impulsionado pelo bom desempenho dos seguros e atividades financeiras, enquanto o setor imobiliário também mostrou força. No terceiro trimestre, as importações caíram e as exportações cresceram, indicando um sinal positivo para a economia.

2024 com menor Selic, maior balança comercial e troca no Banco Central
Para 2024, apesar da expectativa de uma desaceleração econômica, a inflação controlada pode permitir cortes nas taxas de juros além do esperado pelo mercado. As projeções indicam um crescimento do PIB de 1,8% para o ano, superando a expectativa de mercado de 1,50%. A taxa Selic, por sua vez, está projetada para terminar 2024 em 9%, abaixo da projeção de mercado de 9,25% a.a.

Os economistas estão atentos à política fiscal e às incertezas que ela pode trazer, tanto positivas quanto negativas, para as expectativas de inflação. A balança comercial é vista como um ponto forte da atividade econômica, com expectativas de superávits substanciais.

Economia 2023 versus 2024
O desempenho econômico de 2023 é descrito como uma “grata surpresa”, com um crescimento estimado do PIB em torno de 3%, muito acima da expectativa inicial de 1%. As exportações de agronegócios e petróleo são destacadas como importantes para a balança comercial. O câmbio em 2024 deve ser influenciado pela política fiscal e pelo fim do ciclo de alta da política monetária dos EUA, com a taxa de câmbio projetada para se aproximar de R$ 5,00 com viés de baixa.

Em 2024, o ambiente fiscal e a mudança de presidência do Banco Central são projetados como fontes de tensão e incerteza. O governo federal tende a aumentar os gastos devido às eleições municipais e outras questões políticas, o que pode gerar tensões e incertezas, especialmente para investidores. A tolerância para aumento de carga tributária está diminuindo, e o aumento dos gastos governamentais pode limitar o espaço para redução de juros pelo Banco Central.

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