
O povo chileno falou alto, claro e pelas urnas. Em uma eleição marcada por participação elevada e por um sentimento evidente de cansaço com promessas que não se cumprem, os chilenos fizeram uma escolha legítima e democrática: optaram por um projeto de direita para conduzir o país nos próximos anos.
Essa decisão merece respeito — e mais do que isso, merece reconhecimento. Não se trata apenas de alternância de poder, algo saudável em qualquer democracia madura. Trata-se de um recado direto da sociedade para a política: segurança, responsabilidade econômica, ordem institucional e foco em quem produz voltaram a ser prioridades.
Nos últimos anos, o Chile viveu intensos debates, protestos, tentativas de mudanças profundas e um ambiente de incerteza que afetou a economia, os investimentos e a sensação de estabilidade do dia a dia. O voto na direita não nasce do ódio ou da negação do social, como alguns tentam pintar, mas da percepção concreta de que sem crescimento, sem regras claras e sem segurança, não há justiça social que se sustente.
O eleitor chileno demonstrou maturidade ao compreender que o Estado precisa funcionar bem antes de prometer tudo para todos. Escolheu um caminho que valoriza o trabalho, a iniciativa privada, o controle dos gastos públicos e o combate firme ao crime e à desordem. Isso não é retrocesso. É pragmatismo.
Vale destacar: a democracia só é plena quando o resultado das urnas é aceito, mesmo quando não agrada a todos. Parabenizar os chilenos é reconhecer que eles exerceram seu direito soberano de escolher o rumo do país — sem tutelas, sem medo e sem romantização ideológica.
A experiência chilena deixa uma lição importante para toda a América do Sul: sociedades livres têm o direito de corrigir rotas. Quando um modelo não entrega o que promete, o eleitor muda. Simples assim.
Que o novo governo esteja à altura da confiança recebida. E que a esquerda, como parte essencial do jogo democrático, saiba fazer oposição responsável, fiscalizar, propor e, principalmente, respeitar a vontade popular.
O Chile mostrou que democracia não é sobre gritar mais alto, mas sobre decidir melhor. Parabéns aos chilenos.





