sábado, junho 14, 2025
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A CPI das Bets, com relatório final protocolado nesta semana no Senado, revelou o que desconfiavam muitos já: o jogo é viciado — e o perdedor quase sempre é o cidadão comum

Confira a coluna do professor Dr. Givanildo Silva

Prof. Givanildo Silva – Doutor em Ciências Contábeis e Administração.

Há algo de podre no reino das apostas online. O relatório da CPI das Bets, apresentado pela senadora Soraya Thronicke, escancara uma engrenagem fraudulenta que mistura marketing agressivo, influenciadores milionários e uma ausência quase total de fiscalização. O resultado? Famílias endividadas, jovens iludidos e um rastro de crimes que vão desde a propaganda enganosa até a lavagem de dinheiro.

O Brasil caiu numa armadilha digital. As plataformas, muitas operando fora do país, oferecem jogos com algoritmos opacos, simulações fantasiosas de ganhos e promessas de vida fácil. Influenciadoras como Virgínia Fonseca e Deolane Bezerra, agora indiciadas pela CPI, foram alavancas dessa ilusão — promovendo o “joguinho do tigrinho” como se fosse uma mágica para multiplicar dinheiro. Não era. Era um golpe disfarçado de entretenimento.

E o mais grave: não faltaram avisos. Economistas, educadores e especialistas em vício em jogos vinham alertando para a explosão das apostas como novo problema de saúde pública. Mas o lobby é forte. Os bilhões movimentados pelas bets garantiram silêncio institucional por muito tempo. Agora, com a proposta de mais de 20 medidas no relatório da CPI, é hora de romper esse ciclo.

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Entre as medidas propostas estão a criação de uma autoridade nacional para fiscalizar o setor, restrições pesadas à publicidade (especialmente voltada a crianças e adolescentes), e até a criminalização específica de novas formas de estelionato digital. Mas será suficiente? A eficácia dependerá de dois fatores: pressão política e consciência pública.

Precisamos entender: não se trata de demonizar o jogo, mas de proteger o cidadão da fraude. A falácia do “dinheiro fácil” travestido de algoritmo matemático não pode continuar enganando o trabalhador. E muito menos enriquecendo os mesmos de sempre: os donos da banca, os influenciadores a serviço da ilusão e os grupos que se beneficiam da ausência de regulação.

A CPI das Bets deve ser um marco. Ou se regula com seriedade, ou se assiste — com omissão cúmplice — ao crescimento de um cassino digital que não distribui prêmios, apenas prejuízos.

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