quarta-feira, janeiro 15, 2025
InícioGestão & Negócios11 de setembro: O dia que mudou a história e a economia...

11 de setembro: O dia que mudou a história e a economia global

Confira a coluna do Doutor em Ciências Contábeis e Administração, Givanildo Silva

Foto: ClicRDC

No dia 11 de setembro de 2001, o mundo testemunhou uma série de ataques terroristas coordenados que alteraram drasticamente o curso da história moderna. O impacto humano foi devastador, com quase 3.000 mortes nos Estados Unidos, mas as consequências não se limitaram ao terreno emocional e político. A economia global também foi profundamente transformada por esse evento, com reflexos que ainda são sentidos mais de duas décadas depois.

O golpe na economia global

Os atentados afetaram de forma abrupta os mercados financeiros em todo o mundo. Na manhã seguinte aos ataques, os mercados dos EUA e da Europa abriram em queda livre. A Bolsa de Valores de Nova York, que ficou fechada por quatro dias, registrou uma queda histórica de 7% no primeiro dia de negociação após o retorno das atividades. Essa perda de confiança afetou não apenas as bolsas, mas também as empresas, que passaram a enfrentar uma crise de crédito e uma recessão iminente.

- Continua após o anúncio -

O setor aéreo, particularmente afetado pelos ataques, viu suas ações despencarem. O medo de novos atentados e o aumento das medidas de segurança levaram a uma queda drástica na demanda por voos e viagens. Companhias como American Airlines e United Airlines, cujos aviões foram sequestrados, enfrentaram dificuldades financeiras que as levaram à beira da falência. O impacto foi sentido em toda a cadeia de valor do turismo global, que experimentou uma queda acentuada no número de viajantes.

O custo da segurança

O 11 de setembro alterou para sempre a maneira como os governos e as empresas lidam com segurança. Nos Estados Unidos, houve uma reestruturação massiva na forma como a segurança interna é gerida, culminando na criação do Departamento de Segurança Interna (DHS, em inglês). No âmbito empresarial, as companhias aéreas, aeroportos e indústrias de logística foram forçadas a investir pesadamente em novas tecnologias de segurança e procedimentos mais rigorosos. Isso aumentou significativamente os custos operacionais desses setores.

Internacionalmente, países ao redor do mundo implementaram medidas de segurança mais rigorosas em fronteiras e aeroportos, o que desacelerou o comércio global e encareceu o transporte de mercadorias. O aumento dos custos de seguros, impulsionado pelos riscos acrescidos, também impactou a economia global. Setores que dependem de cadeias logísticas integradas, como a manufatura e a exportação, sentiram o efeito direto desses aumentos.

O aumento dos gastos militares

Os ataques do 11 de setembro precipitaram a “guerra ao terror”, lançada pelos Estados Unidos, e culminaram na invasão do Afeganistão, em 2001, e posteriormente do Iraque, em 2003. Isso provocou um aumento expressivo nos gastos militares globais. Nos EUA, os gastos com defesa cresceram substancialmente, resultando em um grande déficit público. Esses investimentos impulsionaram setores relacionados à defesa, mas também drenaram recursos que poderiam ter sido destinados a outras áreas da economia.

A guerra prolongada no Oriente Médio também teve um efeito colateral importante: a volatilidade nos preços do petróleo. Inicialmente, os ataques elevaram os preços do barril, mas as guerras subsequentes e a incerteza política na região mantiveram os preços flutuando nos anos seguintes, afetando o custo de energia e transporte globalmente.

A recuperação e as políticas monetárias

Para evitar uma crise econômica de maiores proporções, o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, implementou uma política monetária expansiva logo após os ataques, cortando as taxas de juros para estimular o crescimento econômico. Essa decisão foi replicada por bancos centrais ao redor do mundo, o que ajudou a estabilizar os mercados globais e a injetar liquidez na economia.

Além disso, o governo dos EUA lançou pacotes de estímulo fiscal, com o objetivo de apoiar setores em crise, como o aéreo e o turismo, e preservar empregos. A medida evitou o colapso econômico de grandes corporações e permitiu que a economia dos EUA voltasse a crescer gradualmente.

Mudanças no comércio e na globalização

Os impactos do 11 de setembro também foram sentidos no comércio global. Com as novas políticas de segurança, o custo do transporte e da logística aumentou. A burocracia e os atrasos nas fronteiras e aeroportos geraram uma desaceleração no ritmo do comércio internacional. Alguns especialistas sugerem que o ataque foi um dos catalisadores de uma “desglobalização parcial”, já que muitos países passaram a reavaliar suas dependências econômicas externas e reforçaram medidas de proteção.

Ao mesmo tempo, novas alianças geopolíticas começaram a se formar, e o comércio de energia se tornou uma questão ainda mais crítica, com os Estados Unidos e outras potências ocidentais focando suas atenções nas regiões ricas em petróleo.

Legado econômico

O 11 de setembro foi um marco que moldou o futuro da economia global de formas profundas e inesperadas. Além de precipitar mudanças nas políticas de segurança, defesa e comércio, ele redefiniu as relações internacionais e alterou o foco de investimentos e estratégias governamentais.

Hoje, mais de 20 anos após os ataques, as consequências econômicas ainda ressoam. As lições aprendidas nesse evento revelaram a interdependência entre segurança e economia, e a necessidade de resiliência em um mundo onde o inesperado pode ter um impacto profundo e de longo prazo.

O 11 de setembro, mais do que uma tragédia humana e política, foi um divisor de águas que obrigou o mundo a repensar suas estratégias econômicas, comerciais e de segurança em um cenário global cada vez mais incerto.

Publicidade

Notícias relacionadas

SIGA O CLICRDC

147,000SeguidoresCurtir
120,000SeguidoresSeguir
13,000InscritosInscreva-se

Participe do Grupo no Whatsapp do ClicRDC e receba as principais notícias da nossa região.

*Ao entrar você está ciente e de acordo com todos os termos de uso e privacidade do WhatsApp