


Neste fim de semana, a jovem chapecoense Andriely Letícia Cichovicz, de apenas 14 anos, foi protagonista de uma conquista histórica para o Brasil no Campeonato Mundial Júnior de Ginástica Rítmica, realizado em Sófia, Bulgária. Andriely foi peça fundamental para a equipe que conquistou duas medalhas de prata inéditas para o país.
Pela primeira vez, a ginástica rítmica brasileira subiu ao pódio em um Mundial Júnior, marcando um momento memorável para a modalidade no Brasil. A estreia aconteceu no sábado (21), quando o conjunto geral garantiu a prata com a soma de 48,900 pontos. No domingo (22), o desempenho exemplar se repetiu, desta vez na final dos cinco arcos, onde o time assegurou uma nova medalha de prata com 25,350 pontos, em uma apresentação impecável.
Raízes em Chapecó, sonhos que cruzam fronteiras
Natural de Chapecó, Andriely Letícia Cichovicz começou sua jornada na ginástica rítmica aos seis anos, pelo projeto La Bella/CRC. Desde então, sua dedicação e talento a levaram a passos firmes rumo ao topo do esporte nacional. Em 2023, foi convocada para integrar a seleção brasileira júnior e, atualmente, treina no centro de alto rendimento da Confederação Brasileira de Ginástica, em Aracaju–SE.
Seu brilho internacional já era esperado por quem acompanha sua trajetória. Em maio deste ano, Andriely se destacou no Pan-Americano Júnior, no Paraguai, conquistando medalhas de ouro e prata e confirmando-se como uma das maiores promessas do esporte brasileiro.
“A Andriely é uma atleta disciplinada, apaixonada pelo que faz e muito dedicada. Esses resultados são a recompensa de anos de trabalho árduo e comprometimento”, destaca Cristiane Carminatti, sua treinadora de base, que acompanha seu desenvolvimento desde o início.
Apresentações com alma e identidade brasileira
No Mundial, o Brasil não conquistou apenas medalhas, mas também os corações do público e dos jurados. As escolhas musicais da equipe deram personalidade e emoção às apresentações: o tema nostálgico de Super Mario Bros embalou a prova dos cinco arcos, enquanto a tradicional “Tico-Tico no Fubá” guiou a coreografia com maças, unindo técnica e brasilidade em perfeita harmonia. O conjunto não apenas somou pontos, mas arrebatou aplausos pela expressão, sincronização e graça.
Sob a orientação da técnica Juliana Coradine, a equipe apresentou avanços significativos em dificuldade, coordenação e interpretação — pilares essenciais para a alta pontuação na Federação Internacional de Ginástica.
Brasil em plena ascensão na ginástica rítmica
As medalhas conquistadas em Sófia consolidam o Brasil como uma força emergente no cenário mundial da ginástica rítmica, evidenciando o enorme potencial da nova geração. O próximo desafio será o Campeonato Mundial adulto, em agosto, no Rio de Janeiro, que servirá como palco para o próximo passo rumo à elite da modalidade. A longo prazo, a meta é fortalecer a base para os Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 2028.
“Essas jovens mostraram que o Brasil tem talento, garra e um futuro brilhante pela frente. Estamos apenas no começo dessa jornada”, declarou Juliana Coradine após o segundo pódio conquistado.
Enquanto isso, em Chapecó, a torcida por Andriely cresce a cada dia. Muito mais que uma medalhista, ela se tornou um símbolo de inspiração para novas gerações de meninas que sonham alto e que buscam, com coragem e leveza, conquistar seu lugar no mundo.