quarta-feira, janeiro 15, 2025
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Bom início: Brasil ganha ouro, prata e bronze no primeiro dia dos Jogos Paralímpicos de Paris

Além do ouro, o Brasil ganhou a prata, com Phelipe Andrews Rodrigues nos 50m livre S10 masculino e bronze com Gabriel Bandeira, na prova 100m borboleta S14 F masculino

Gabriel Araújo posa para foto em pódio em Paris 2024 | Foto: Alexandre Schneider / CPB

O mineiro Gabriel Araújo, 22 anos, confirmou a expectativa e garantiu nesta quinta-feira (29), a primeira medalha do Brasil nos Jogos Paralímpicos de Paris. Ele terminou a prova final da natação dos 100m costas da classe S2 (limitações físico-motoras) com o tempo de 1min53s67 e levou a medalha do Brasil, a de ouro. Também nesta quinta, o Brasil ganhou a prata, com Phelipe Andrews Rodrigues nos 50m livre S10 masculino e bronze com Gabriel Bandeira, na prova 100m borboleta S14 F masculino.

Completaram o pódio Vladimir Danilenko, da delegação de Atletas Paralímpicos Neutros (NPA) com a prata e Alberto Caroly Abarza Diaz, do Chile, com o bronze na Arena Paris La Defense.

“Estou muito feliz, não sei nem como agradecer. Não tenho nem dimensão do que é tudo isso. Meu sorriso está sendo levado para todos os cantos do mundo. Eu me senti em casa. A prova foi perfeita, perfeita, perfeita. As noites de sono que eu e meu treinador perdemos neste ciclo compensaram demais. Tudo o que trabalhei psicologicamente deu certo”, afirmou Gabrielzinho.

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Em sua segunda participação em Jogos Paralímpicos, Gabrielzinho tem agora quatro medalhas, sendo três ouros (50m livre, 200m livre, 100m costas) e uma prata (100m costas), sendo três conquistadas em Tóquio 2020.

Gabriel Araújo posa para foto em pódio em Paris 2024 | Foto: Alexandre Schneider / CPB

O mineiro havia disputado os mesmos 100m costas em Tóquio 2020 e conquistado a medalha de prata. No Japão, o mineiro venceu as disputas dos 200m livre e 50m costas, provas que ainda competirá em Paris.

“É uma prova muito difícil, é uma prova que mexe comigo, tanto por ter sido prata (Tóquio), porque é a prova mais difícil pra mim, e eu trabalhei muito pra isso. Eu e meu treinador, a gente trabalhou pra caramba, e a gente fez de tudo pra que essa medalha de prata virasse ouro, e assim, eu tô muito, ficaria muito feliz com ouro, mas do jeito que foi a prova, sem igual, porque eu não nadei, não, eu amassei a prova, eu acabei com a prova, então eu tô feliz demais, e um sonho realizado, e posso gritar que eu sou campeão dos 100 metros costas”, disse Gabrielzinho.

O mineiro venceu a prova apenas um dia depois de ser um dos porta-bandeiras do Brasil na cerimônia de abertura dos Jogos, ao lado da paulista Beth Gomes, do atletismo, em desfile que percorreu cerca de 2,5 quilômetros, da Champs-Elysées até a Place de la Concorde. Além da final, na noite de quinta-feira em Paris, Gabrielzinho também competiu nas eliminatórias da mesma disputa durante o período da manhã e também obteve o melhor tempo.

Gabriel tem focomelia, doença congênita que impede a formação normal de braços e pernas, e conheceu a natação por meio de um professor de Educação Física da escola onde estudava, nos Jogos Escolares de Minas Gerais (JEMG).

Bronze com Gabriel Bandeira

O paulista Gabriel Bandeira conquistou a medalha de bronze na prova 100m borboleta S14 F masculino. Ele fez 55s08. O ouro ficou com o dinamarquês Alexander Hillhouse e a prata com o britânico William Ellard.

Essa é a quinta medalha de Gabriel Bandeira. Ele ganhou ouro nos 100m borboleta, prata nos 200m livre e 200m medley e bronze no revezamento 4x100m livre misto S14 (deficiência intelectual) nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020.

“É sempre bom competir em alto nível, né? Mundial, para o Panamericano, Paralimpíada. Cada momento é único. A gente não é testado a cada quatro anos. Todo dia a gente é testado com nossos treinos, nossas dificuldades ali no dia a dia. E quem conseguir lidar melhor com isso acaba levando a melhor medalha aqui, né? No caso, acho que eu não consegui lidar muito bem com um pouco de frustração no começo do ano. Com a minha temporada que estava meio difícil. Eu acredito que eu tenho me sabotado muito na parte mental. Mas é deixar a cabeça erguida para a próxima prova, que ainda tem mais quatro provas para frente”, afirmou o paulista.

Phelipe Andrews Rodrigues ganha 9ª medalha em Jogos Paralímpicos

O pernambucano Phelipe Andrews Rodrigues ganhou a medalha de prata nos 50m livre S10 masculino. Ele fez a prova em 23s54. O ouro ficou com o australiano Thomas Gallagher com 23s40 e o bronze com o compatriota dele, Rowan Crothers, com 23s79. Essa foi a 9ª medalha em Jogos Paralímpicos do nadador. Ele chega a 6 pratas e 3 bronzes.

“Foi um ano bem difícil em todos os aspectos. Eu mesmo me cobrando muito, muita pressão. Nossa, minha última edição de jogos. Passei várias noites em claro, sem conseguir dormir, quando eu cheguei aqui na França. Tem mais duas provas, mas… Poxa, não tenho o que falar, pessoal. Eu estou feliz pra caramba. Eu costumo dizer que fiquei muito próximo do ouro, assim como eu fiquei no Rio. Mas a gente como atleta de alto rendimento sabe o que é a luta, a briga e cara, eu não sei nem o que falar mesmo. Isso é real”, disse o pernambucano.

Phelipe Rodrigues nasceu com o pé torto congênito (direito). Depois de algumas cirurgias para correção, como forma de reabilitação, passou a ter aulas de natação.

Goalball

O Brasil estreou com vitória no masculino e empate no feminino no torneio de goalball dos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, em duelos realizados nesta quinta-feira (29), na Arena Paria 6, palco da modalidade na capital francesa. As mulheres entraram em quadra primeiro e venciam a Turquia, atual bicampeã, até dois minutos para o fim do jogo, quando sofreram o terceiro gol que decretou o placar final: 3 a 3. Moniza marcou dois gols, e Jéssica Vitorino anotou outro, todos em penalidades.

“A gente veio para cá determinadas a segurar a defesa, era o mais importante. E o gol seria construção e, às vezes, viria em erros das adversárias, como aconteceu hoje. A cada jogo, faremos isso, a defesa é o nosso foco. A Turquia é um time muito forte, atuais campeãs mundiais e paralímpicas, e acho que foi um jogo bem equilibrado. Daqui para frente, é só crescimento”, analisou a brasiliense Jéssica, de 31 anos, que participa de sua segunda Paralimpíada.

Mais tarde, os homens despacharam a França diante de um ginásio lotado e iniciaram bem a caminhada pelo bicampeonato: 8 a 5. O destaque foi André Dantas, autor de quatro gols. Romário fez outros dois, e Leomon Moreno e Parazinho completaram a conta.

“Jogar com o ginásio cheio torcendo pelos nossos adversários foi uma sensação que mexeu bastante com nossas emoções, mas mantivemos os pés no chão e sabíamos qual era a proposta do nosso jogo. Temos de manter o foco naquilo que viemos fazer”, analisou o também brasiliense Dantas, de 29 anos.

O Brasil volta à quadra já nesta sexta-feira. Primeiro, o time masculino encara os EUA, às 4h (de Brasília). A partir das 5h30, será a vez da equipe feminina, que enfrentará Israel, terceira colocada do último Campeonato Mundial.

Taekwondo

A gaúcha Maria Eduarda Stumpf, estreante em Jogos Paralímpicos, foi eliminada neste primeiro dia de Paris da categoria até 52kg do taekwondo ao perder na repescagem por 8 a 6 para a turca Meryem Cavdar

Tênis de mesa
O Brasil estreou no tênis de mesa com três vitórias e três derrotas na primeira sessão desta quinta-feira, 29, na Arena Paris Sul. Os primeiros brasileiros a entrarem em ação foram os paulistas Luiz Filipe Manara e Claudio Massad, pela classe MD18. Eles venceram os espanhóis Jorge Cardona e Ander Cepas, de virada, por 3 sets a 1 (9/11, 11/9, 11/9 e 11/6).

Depois foi a vez das duplas femininas da classe WD5 (cadeirantes) estrearem nos Jogos Paralímpicos de Paris. As paulistas Joyce Oliveira e Cátia Oliveira derrotaram as egípcias Fawsia Elshamy e Ola Soliman por 3 sets a 0 (11/1, 11/7 e 11/4). Com o resultado, avançaram às semifinais e já garantiram um pódio para o Brasil. A partida da próxima fase será nesta sexta-feira, 30, às 7h (de Brasília).

“Na minha carreira faltam duas medalhas, a medalha mundial e a medalha paralímpica. Agora esse sonho está sendo realizado, o bronze já está garantido, mas a gente vai em busca que nosso objetivo não é o bronze. A gente tem um sonho maior, a gente quer buscar o ouro, a gente tem… eu e a Cátia a gente está bem focada e a gente tem chance de buscar esse ouro. Agora é focar e dar nosso melhor”, disse Joyce.

Apesar de uma aparente tranquilidade no resultado e durante a partida, as brasileiras disseram que esconderam o nervosismo.

“A gente tenta mostrar para as adversárias, para todo mundo, que a gente está bem. Mas por dentro, nós estamos ali pegando fogo, as borboletas estão pulando. Mas graças a Deus, a gente conseguiu controlar essas borboletas, esse nervosismo. E conseguimos focar nisso, essa vitória de 3 a 0”.

A dupla mista formada pela catarinense Bruna Alexandre e pelo paulista Paulo Salmin ganhou dos suecos Jonas Hansson e Anja Handen, por 3 sets a 0 (1/11, 4/11 e 8/11), na classe XD 17, e avançou para a próxima fase. A dupla brasileira é a atual campeã mundial nas duplas mistas. Essa foi a estreia da mesa-tenista Bruna Alexandre nos Jogos Paralímpicos de Paris após a sua participação nas Olimpíadas na mesma cidade.

Já outras três duplas brasileiras foram eliminadas nesta tarde francesa. Também pela classe WD5, a brasiliense Carla Maia e a mineira Marliane Santos perderam para as chinesas Jing Liu e Juan Xue por 3 sets a 0 (11/5, 11/4 e 11/2).

Na classe WD20, a fluminense Sophia Kelmer e a paulista Jennyfer Parinos foram superadas pelas chinesas Guiyan Xiong e Chunxiao Hao, também por 3 sets a 0 (11/1, 11/5 e 11/7).

Os paulistas Lucas Arabian e Catia Oliveira perderam para as chinesas Panfeng Feng e Ying Zhou por 3 sets a 1 (11/7, 7/11, 11/3 e 11/7) nas duplas mistas classe XD7.  

Tiro com arco
Os brasileiros participaram no início desta quinta-feira da classificatória, que define os cruzamentos das oitavas de final do tiro com arco.

Na classe W1 (atletas com deficiências graves, em três ou quatro membros – braços e nas pernas) feminino, a paranaense Juliana Cristina Ferreira ficou em 11º lugar e vai disputar uma vaga nas quartas de final contra a britânica Vitoria Kingstone, no dia 31 de agosto, às 4h34 (horário de Brasília).

Na classe W1 masculina, o cearense Eugênio Franco acabou na 11ª colocação também e enfrenta por uma vaga nas quartas de final o norte-americano Jason Tabansky no dia 1º de setembro, às 5h08 (horário de Brasília).

Vôlei sentado
vôlei sentado feminino estreou com vitória no primeiro dia de disputas dos Jogos Paralímpicos, ao fazer 3 sets a 0 (parciais de 25/13, 25/10 e 25/07) sobre a Ruanda.

O destaque da partida foi a ponteira paulista Suellen Dellangelica, com 23 pontos. A atacante mineira Janaína Petit foi a segunda maior, com 9

O Brasil volta à quadra no sábado, 31, contra o Canadá, às 15h (horário de Brasília). O grupo ainda conta com a Eslovênia.

“Toda estreia é tensa. Foi um bom jogo, deu para soltar um pouquinho, no segundo set começamos a desenrolar mais um pouco”, disse Suellen.

No próximo confronto, o rival será o Canadá, na briga direta pela liderança do grupo.

“Nosso maior objetivo é ganhar todos os jogos, mas independentemente de sairmos em primeiro ou segundo vai ter um confronto difícil na semifinal, contra China ou Estados Unidos, então temos que pensar em ganhar os jogos para ganhar confiança”, concluiu Suellen.

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