terça-feira, abril 29, 2025
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BRICS reagem a tarifas de Trump e prometem fortalecer comércio em moedas locais

Chanceleres defendem multilateralismo, criticam medidas unilaterais dos EUA e avançam em alternativas ao dólar

Foto: Divulgação/BRICS

Resposta conjunta à nova guerra comercial

Os chanceleres dos países do BRICS — agora com 11 membros — se reuniram no Rio de Janeiro, nos dias 28 e 29 de abril, para articular uma resposta diplomática e econômica às tarifas impostas pelos Estados Unidos, sob o governo de Donald Trump. O encontro foi marcado por críticas às medidas unilaterais norte-americanas e pela reafirmação do compromisso do grupo com o comércio multilateral.

Durante o encontro, o Brasil, na presidência rotativa do bloco, liderou os debates com uma postura moderada. O chanceler Mauro Vieira propôs uma declaração conjunta em defesa do sistema multilateral de comércio, condenando o protecionismo e destacando a importância da Organização Mundial do Comércio (OMC).

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China e Rússia endurecem tom contra os EUA

A delegação chinesa foi a mais enfática nas críticas. O chanceler Wang Yi afirmou que “concessões comerciais só alimentam a hegemonia americana” e alertou para o risco de instabilidade global caso os países cedam às pressões unilaterais. Já o ministro russo Sergei Lavrov destacou que 90% das transações da Rússia com países do BRICS em 2024 foram realizadas em moedas locais, o que sinaliza uma tendência de desdolarização nas relações comerciais do bloco.

O Irã e a Arábia Saudita também apoiaram a proposta de fortalecer o uso de moedas nacionais nas transações bilaterais e multilaterais, em reação à ameaça dos EUA de impor novas sanções e sobretaxas caso o BRICS avance na criação de uma moeda comum.


Outros temas em debate

Além das tarifas norte-americanas, os chanceleres discutiram temas estratégicos como a reforma do Conselho de Segurança da ONU, os conflitos na Ucrânia e na Faixa de Gaza, e o financiamento climático para países em desenvolvimento. O Brasil aproveitou o encontro para destacar sua expectativa em relação à COP30, que ocorrerá em Belém (PA) em 2025, e reforçou a cobrança por recursos dos países ricos.


Fortalecimento do bloco ampliado

Com a entrada de seis novos países — Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Indonésia — o BRICS amplia sua influência geopolítica. A resposta articulada à política comercial dos EUA marca uma nova fase de coesão interna do grupo, que busca se firmar como contraponto às potências ocidentais nos fóruns globais.

A declaração final do encontro deve ser publicada ainda nesta semana e incluirá compromissos com o multilateralismo, críticas ao protecionismo e propostas concretas de cooperação econômica e financeira.

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