quarta-feira, janeiro 8, 2025
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Ao contrário de grandes cidades de SC, Chapecó reduziu população de rua com o programa Mão Amiga

População em situação de rua baixou de 416 para 48


Um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais, divulgado nesta semana, apontou que a população de rua em Santa Catarina quase dobrou em dois anos, passando de 5.678 mil em 2021 para 9.989 em 2023. Os dados são do Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua. A maiores cidades contribuem significativamente com esse aumento, mas o que chama a atenção é que Chapecó é a única entre as cidades catarinenses com mais de 200 mil habitantes que não aparece no ranking das dez cidades com mais moradores de rua. E inclusive teve redução nesse período, segundo o prefeito João Rodrigues.

“Isso é reflexo da ação de Internamento Involuntário, dentro do Programa Mão Amiga, que nós lançamos em 2022, após recebermos o pedido de inúmeras famílias que sofriam com filhos, irmãos, que estavam em dependência química e viviam na rua. Chapecó foi um dos poucos municípios do Brasil a criar uma política pública para a população em situação de rua. Nós envolvemos a secretaria de Assistência Social na época, a secretaria de Saúde, Guarda Municipal e outras Forças de Segurança, abordando quem estava na rua e oferecendo tratamento em clínicas de saúde e comunidades terapêuticas. Foi uma das prioridades da gestão e conseguimos bons resultados, com o retorno de muitos para o convívio familiar e para um emprego”, disse o prefeito.

População em situação de rua baixou de 416 para 48

A Diretora de Acolhimento e Apoio de Dependentes Químicos da Secretaria da Família e Proteção Social, Paula Gai, que atuou na coordenação do internamento involuntário, informou que em janeiro de 2021 havia 416 pessoas em situação de rua em Chapecó.

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“A redução da população em situação de rua no município se deve a um conjunto estruturado de ações que ofertam outras possibilidades de vida, para além da rua. É um trabalho articulado entre Assistência Social, Saúde e Segurança Pública. Atualmente temos 48 pessoas, mas que não permanecem na rua, ficam entre a Casa de Passagem e a rua e são atendidos pelas nossas equipes”, disse Paula.

O Programa Mão Amiga já atendeu 524 pessoas, sendo que destes 268 estão bem, seis estão em desintoxicação e 119 em comunidades terapêuticas.

CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO DE RUA
• Criciúma: 175,74% (de 136 para 375)
• Florianópolis: 109,23% (de 1.314 para 2.749)
• Palhoça: 102,80% (107 para 217)
• Balneário Camboriú: 94,55% (de 220 para 428)
• Itajaí: 92,81% (de 334 para 644)
• São José: 82,70% (de 185 para 338)
• Lages: 59,44% (de 249 para 397)
• Joinville: 56,47% (de 713 para 1.116)
• Tubarão: 51,67% (de 180 para 273)
• Blumenau: 25,09% (de 403 para 504)

Pintor reabilitado quer adquirir casa própria

O pintor Renan Garcia é um dos beneficiados pelo programa e disse que o programa foi decisivo para sua mudança de vida.

“Fui usuário de drogas durante 15 anos e morava na rua. Há dois anos conheci o Programa Mão Amiga, procurei a Paula (Gai) e o prefeito e eles me ofereceram o internamento e o tratamento gratuito, bancado pela Prefeitura. Fiquei um ano e seis meses no Rio Grande do Sul, com todo o suporte do município e agora estou há dois anos limpo. Voltei a constituir família com minha esposa e minha filha de nove anos e reabri a empresa de pintura. Quando eu já estava desistindo de mim, eles me ajudaram. Agora tenho uma vida saudável e tenho orgulho da pessoa que me tornei”, disse Renan.

Depois de superar a etapa mais difícil de sua vida, Renan quer agora realiza o sonho de ter uma casa própria para sair do aluguel. Ou seja, morar na rua nunca mais.

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