Em meio a toda tragédia que o Rio Grande do Sul vive, uma cena comovente repercutiu nas redes sociais neste sábado (11). Em um abrigo de animais, no bairro Mathias Velho, em Canoas, região Metropolitana de Porto Alegre, no RS, um cãozinho ‘se agarrou’ na perna da voluntária Liandra Dall’ Orsoletta, que é médica veterinária, moradora de Chapecó e coordenadora do Núcleo de Atenção aos Pequenos Animais (Napa) da prefeitura. Em conversas com o ClicRDC, Liandra contou mais sobre a situação no Estado e também contou mais detalhes sobre a cena com o cão.
“Essa situação ocorreu logo na entrada do abrigo. Então nós chegamos para conhecer, nós estávamos acompanhando um grupo de tutores que estavam entrando para ver se encontravam o seu cão e aí mostraram as fotos para a gente e a gente estava ajudando eles na procura. Eu visualizei que tinha uma cadela no cio e eu quis separar a cadela no cio do macho. Enquanto isso, esse ‘fofinho’ aí agarrou né, se abraçou na minha perna e quando eu estava preocupado em estar separando a cadela no cio do macho, quando eu percebi ele já estava assim, agarrado. Eu comentei para filmar, porque era uma cena que realmente ela era digna de parar e se observar”, disse Liandra.
ASSISTA
Ao ClicRDC, Liandra disse que o município de Chapecó recebeu muitas doações e por esse motivo, pela mobilização e disponibilidade do povo chapecoense, ela quis acompanhar o comboio, para ver as principais demandas no estado gaúcho.
Mais de 10 mil animais já foram resgatados das enchentes do RS
“A população se disponibilizou, contribuiu e eu quis vir de pertinho para poder acompanhar essa demanda que chegasse realmente para quem precisasse. Então eu entrei em contato com voluntários para entender quais eram as demandas, qual era o local que estava necessitando mais e a gente concluiu que seria no bairro Mathias Velho, é um albergue que está recebendo os animais. O que chama a atenção é que eles chegam bem molhados, hipotérmicos, passando frio, porque aqui no Rio Grande do Sul está chovendo e a temperatura está mais baixa”, informou a voluntária.
Sobre a situação do Rio Grande do Sul, Liandra, que é gaúcha, fala que o Estado necessita de muitos donativos e voluntários. A situação em alguns locais é de total devastação.
“Eu sou gaúcha, então estar aqui hoje me comove mais do que o normal. O Rio Grande do Sul realmente está precisando de donativos, está precisando de voluntários. O que a gente comenta é que voluntários que venham de uma maneira independente, então assim, que possam se locomover, que não fiquem até tarde nas ruas. Existem regiões que a gente passa que a gente tem a impressão que não foi nem uma enchente, que foi um tornado, que veio, que levou tudo, que destruiu. A gente olha sem esperança de uma reconstrução da cidade. A sensação que a gente tem é que teria que abandonar tudo e ir para outro lugar e construir e iniciar uma vida nova”, disse Liandra.
Por fim, Liandra também falou sobre a grande mobilização da população chapecoense em prol do Rio Grande do Sul. Conforme a voluntária, ela já recebeu inúmeras mensagens de apoio e agradecimento pelas ações de ajuda aos moradores do RS.
“Eu acho que é importante a gente deixar aqui que Chapecó está se destacando, a gente recebe o carinho de todo mundo no caminho, empresários contribuindo com a gente também, com o lanche do nosso caminho, que era a maneira deles estarem contribuindo e agradecendo. Eu tenho recebido muitas homenagens, agradecimentos, por tudo que nós estamos fazendo, mas nós que estamos realizando isso, somos os mais beneficiados, por poder estar tendo essa experiência nas nossas vidas e também estar contribuindo com essas pessoas que hoje estão precisando tanto”, finalizou Liandra Dall’ Orsoletta, morada de Chapecó e que trabalha como voluntária no Rio Grande do Sul.
