
Em tempos de transformações aceleradas e imprevisíveis, quando os fundamentos da sociedade são submetidos a reconfigurações profundas pelas forças da tecnologia e da globalização, torna-se imprescindível reafirmar valores que sustentam a civilização democrática. Entre eles, a liberdade de imprensa ocupa lugar central. E é nesse espírito que Chapecó, pujante cidade do Oeste catarinense, sediará o 16º Encontro da Imprensa Catarinense.
A realização do Encontro em Chapecó não é mero acaso geográfico: trata-se do reconhecimento de sua importância como polo estratégico da comunicação em Santa Catarina, de sua vocação para o diálogo entre setores e da força de seu capital humano. A cidade se transforma, em 02 de agosto, na capital simbólica da liberdade de expressão, da ética jornalística e da comunhão entre gerações de comunicadores.
O Encontro da Imprensa Catarinense, idealizado em 2007 sob a liderança da Associação Catarinense de Imprensa (ACI) e da MB Comunicação, completa dezesseis edições com a marca da coerência e da perseverança. Mais que uma reunião festiva, é um fórum de reflexão e reconhecimento, onde veteranos com meio século de atuação compartilham sabedoria com jovens profissionais, num intercâmbio vital à longevidade e à relevância da comunicação social. Homenagens e momentos de confraternização convergem em um único propósito: exaltar o valor da imprensa livre e da comunicação responsável como fundamentos da justiça social e do desenvolvimento.
Num cenário em que as redes sociais democratizam a emissão de conteúdo, mas também confundem informação com desinformação, o papel do jornalista profissional — comprometido com a apuração rigorosa e a verdade factual — adquire renovada importância. O pluralismo e a liberdade que marcam uma sociedade aberta não se sustentam sem imprensa independente. A ausência desse pilar abre brechas para o autoritarismo, a opressão e o obscurecimento da esfera pública.
O 16º Encontro da Imprensa Catarinense é, portanto, mais do que uma celebração de classe: é um manifesto em favor da democracia. Ele reconhece a dignidade de todas as profissões que integram o ecossistema da comunicação — do jornalismo à publicidade, do radialismo à assessoria de imprensa, das relações públicas à docência universitária — e propugna por sua valorização social e econômica. É necessário reiterar que, por trás das redações, microfones, câmeras e plataformas digitais, existem seres humanos vocacionados, formados, dedicados, que dão voz à sociedade, fiscalizam o poder e ampliam horizontes.
O Encontro também evidencia a relevância estratégica da comunicação para o mundo empresarial e institucional. A presença de entidades como a FECOAGRO, que será homenageado nesta edição, reforça a percepção de que investir em comunicação é investir em cidadania, inovação e desenvolvimento sustentável.
Ao acolher comunicadores de todo o estado, Chapecó inscreve seu nome na história de uma luta contínua e nobre. Celebra-se aqui não apenas a trajetória dos profissionais da comunicação, mas o próprio direito de informar e ser informado — condição primeira da liberdade.