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Novos contêineres de lixo: Chapecoenses reclamam menos, diz Prefeitura

Foto: Secom Prefeitura/ Divulgação

Neste fim de semana, a instalação dos novos contêineres para resíduos recicláveis, em Chapecó (SC), completa 30 dias. As novas lixeiras são automatizadas e possuem uma abertura diferente e menor para colocar o material reciclável. O ClicRDC conversou com a Vanusa Maggioni Cella, gerente do Departamento de Resíduos Sólidos da prefeitura e coordenadora do Programa Lixo Zero, para entender todo o processo de adaptação da comunidade ao novo equipamento.

Segundo Vanusa, as reclamações dos chapecoenses diminuíram muito em relação aos contêineres de lixo reciclável. Atualmente as reclamações são referentes aos flagras de algumas pessoas que não depositam os resíduos na lixeira ou até mesmo, de coletores de materiais que abrem os novos equipamentos, o que não é permitido.  Ela garante que não há reclamações sobre a dificuldade de colocar os materiais nas lixeiras.

“Passamos seis anos ouvindo reclamações por causa dos outros contêineres. A tampa era muito pesada, ficava aberto, os catadores tiravam os materiais, não tinha higiene, pois a gente realmente não tinha o caminhão para fazer a limpeza. Então, melhorou demais, a cidade está bem mais limpa”, acredita.

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Em Chapecó foram instalados, no último dia 27 de junho, 380 contêineres que substituíram os antigos – que também eram destinados a materiais recicláveis. Os novos equipamentos estão instalados na região central, que abrange o centro e parte dos bairros Presidente Médici, Palmital, Maria Goretti, Santa Maria e Jardim Itália.

Nesta terça-feira (23), a prefeitura informou que é realizada uma avaliação dos equipamentos que foram retirados, e somente 30% dos antigos contêineres têm condições de reuso e/ou manutenção. Conforme a nota, eles serão utilizados nos bairros onde há identificação de acúmulo de resíduos e descarte irregular. Os que não têm condições de uso e/ou manutenção, serão descartados e encaminhados para leilão.


Foto: Secom Prefeitura

Agrada uns, desagrada outros

A medida agradou alguns moradores e desagradou outros. Conforme Ana Giulia Kottwitz, moradora do centro, ela não tem dificuldade para usar as novas lixeiras. “O lixo doméstico é pouco volumoso, então as aberturas dos modelos novos estão no tamanho ideal. Assim basta apenas manusear o lixo corretamente na hora do descarte, como dobrar/amassar, dependendo do material, para que entre sem problemas nas lixeiras”, comenta a moradora.

Ela também diz que a mudança melhora a coleta e evita que as pessoas joguem itens que não devem ser descartados nas lixeiras. Além disso, ela considera que o lixo passa a ficar menos exposto na rua, o que vai diminuir a incidência de insetos, odores, resíduos e bagunça ao redor da lixeira.

Já o morador Ricardo Souza não aprovou as novas lixeiras. Ele acredita que a abertura menor dificulta o descarte do lixo e a vida de quem trabalha com reciclagem. “As aberturas são pequenas e tem coisas que não passam por elas, então, as pessoas vão acabar deixando o lixo na rua, o que torna as lixeiras contraproducente (que produz resultado oposto ao esperado)”, considera o morador.

Material fora das lixeiras

A gerente do Departamento de Resíduos Sólidos Vanusa, afirma que costuma observar os materiais que as pessoas deixam fora das lixeiras, para entender os tipos de resíduos deixados. Para ela, o problema do descarte incorreto do lixo não é a abertura menor na lixeira.

 “Muitas pessoas colocam o material fora da lixeira porque estava mal separado ou sujo. Elas acabam não sabendo onde colocar. As pessoas que separam corretamente dentro de casa, não terão problemas de pegar o lixo na mão e colocar no contêiner, não terão nojo ou receio. Já quem não faz essa separação, vai acabar deixando do lado de fora. Tirando o papelão, que realmente é falta de querer amassar”, considera.


Foto: Rodrigo Pompermayer

Abertura menor

Vanusa salienta que a opção pela abertura menor é para que a tampa permaneça fechada e não molhe o material. “Antes, as pessoas deixavam as tampas das lixeiras abertas e isso contaminava o processo. Além disso, também tinham reclamações por causa do mau cheiro”, pontua. Esse foi um dos fatores levados em consideração para a escolha do tamanho da abertura, segundo a gerente. Outro fator é porque as pessoas entravam nos contêineres para tirar os materiais.

 “O objetivo é: o que entrar dentro do contêiner, ninguém mais possa mexer. Porque esse material vai para as nossas associações de catadores. Antes, eles ficavam somente com o rejeito, pois passavam coletores individuais e pegavam os materiais de maior valor, como: papelão, pet e latinha. Esses materiais não chegavam aos associados. Com isso, a renda deles baixava e eles acreditavam que não valia a pena continuar associado.


Foto: Secom Prefeitura/ Divulgação

O material reciclável dos novos contêineres

Em Chapecó, as 15 associações de catadores estão instaladas em 11 bairros e cerca de 150 famílias trabalham nesses locais. Todos os materiais que estão nos contêineres recicláveis devem ir para as associações. Por isso, as lixeiras não devem ser abertas, segundo Vanusa. Ela garante que o material, que está dentro dos novos contêineres, está melhor separado agora.

“Ainda não está 100%, porque ainda tem quem faz errado, mas com certeza, melhorou 70%. Antes, quando nossos catadores recebiam uma carga, não tinha produção suficiente para o número de pessoas. que trabalham nas associações. Hoje eles recebem uma carga do caminhão e eles falam: ‘Vanusa amanhã não precisa me mandar’. Eles já conseguem repassar para outra associação”, relata. 

Coletores individuais

Segundo Vanusa, nos últimos dados coletados pelo setor, Chapecó possui aproximadamente 320 catadores individuais. Muitos realizam a coleta como complemento da renda. Ainda conforme ela, têm catadores de municípios vizinhos que vem buscar material. O setor já fez um trabalho de orientação para que essas pessoas participem das associações de catadores dos bairros e assim tenham melhores condições de trabalho.

“Temos vários coletores individuais que não estão contentes com os novos contêineres e da proibição de coletar material nessas lixeiras. Eles têm todas as comunidades do interior – lá a coleta passa a cada 15 dias – eles poderiam fazer um trabalho com o agricultor,  que inclusive é a população que mais separa. Os catadores têm todos os outros bairros em que a coleta não é com contêineres automatizados e também têm a coleta convencional, de porta a porta. Então, a prefeitura não está proibindo a catação, estamos tentando organizar a coleta nesses locais que tem o sistema automatizado”, explica.

Moradores de Chapecó flagraram, nos últimos dias, catadores individuais que abriram os novos contêineres para retirar resíduos sólidos. Vanusa explica que eles não podem fazer isso, já que a ação danifica o equipamento, e que a prefeitura está tomando as providências.

“Contamos com o apoio da Guarda Municipal para tentar identificar casos de pessoas que rompem a tampa, pois é considerado como dano ao patrimônio público. O catador sabe que não pode abrir, está escrito ali”, diz.



Ela ainda considera que o assunto é algo novo para os moradores. “A gente não pode obrigar o cidadão a compreender e se adaptar imediatamente. Nesses primeiros dias a população aprendeu, praticamente todos sabem, são poucos lugares que enfrentamos problemas e posso dizer que são os mesmos locais que já tínhamos com os outros equipamentos”, finaliza

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