sexta-feira, dezembro 19, 2025
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Hospedagem muda no Brasil: diária passa a valer 24 horas por determinação federal

Portaria do Ministério do Turismo cria padrão nacional para hotéis, pousadas e hostels, trazendo mais transparência, previsibilidade e equilíbrio na relação com os hóspedes

Foto: Divulgação | Envato

Passa a valer em todo o Brasil, começaram a valer nesta terça-feira (16), uma nova norma que altera o funcionamento das diárias em meios de hospedagem. Uma portaria do Ministério do Turismo estabelece que a diária deve corresponder a um período completo de 24 horas, eliminando práticas que reduziam o tempo de permanência dos hóspedes por meio de check-ins tardios e check-outs antecipados.

Com a nova regra, hotéis, pousadas e hostels passam a adotar um padrão nacional de hospedagem, no qual o cliente tem direito a utilizar o quarto por 24 horas integrais a partir do horário de entrada acordado. A medida busca trazer mais clareza e equilíbrio na relação entre consumidores e estabelecimentos do setor turístico.

Apesar da padronização do tempo de estadia, os meios de hospedagem continuam livres para definir seus próprios horários de check-in e check-out. A exigência, no entanto, é que o total contratado corresponda obrigatoriamente às 24 horas, garantindo maior previsibilidade ao viajante e segurança jurídica às operações hoteleiras.

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Antes da edição da portaria, não havia obrigatoriedade de uma diária com duração integral. Isso permitia regras variadas entre os estabelecimentos e, em alguns casos, fazia com que o hóspede usufruísse de menos de um dia completo, mesmo pagando uma diária inteira.

A nova regulamentação também mantém práticas já conhecidas do setor, como a possibilidade de cobrança adicional por early check-in e late check-out. O hóspede ainda pode optar por não receber a arrumação diária do quarto, conforme política do estabelecimento.

A medida não se aplica a plataformas de aluguel por temporada, como o Airbnb, que seguem regras próprias. Em caso de descumprimento da norma, o consumidor pode registrar reclamação junto ao Procon ou acionar o Ministério do Turismo, órgão responsável pela fiscalização.

Com a mudança, o governo federal passa a estabelecer parâmetros mais claros para o setor de hospedagem, fortalecendo a transparência nas relações de consumo e ampliando a proteção ao turista em todo o país.

Registro de Hóspedes

As mudanças promovidas pelo MTur incluem ainda a adoção do novo modelo digital da Ficha Nacional de Registro de Hóspedes (FNRH), em substituição ao modelo de papel. A portaria que trata do assunto foi publicada em novembro, com prazo de 90 dias para começar a valer em 13 de fevereiro.

Com a adoção da nova ferramenta, os estabelecimentos terão um QR Code, com link para a página de pré-check-in, que poderão ser preenchidas pelos hóspedes. No momento de entrada, o estabelecimento só precisará conferir os dados com os documentos apresentados.

“Fica o check-in mais tranquilo, tanto para a hotelaria como para o hóspede que, na sua chegada, já vem de um voo cansativo e, às vezes, pega um grupo e fica em uma fila esperando para preencher uma ficha, aquela coisa toda”, afirma Manoel Linhares.

A versão digital da ficha ficará também disponível na Plataforma FNRH Digital, com outras funcionalidades, como elaboração de relatórios analíticos, módulo de reservas e módulo de consulta para os hóspedes.

Demandas

De acordo com Manoel Linhares, as mudanças são regulamentações importantes para o setor, mas ainda há demandas a serem incluídas nas leis que tratam do turismo no país, como a regulamentação de aplicativos de hospedagem, como os que alugam imóveis por temporada.

“Nós, hoteleiros, geramos emprego e temos uma carga tributária muito alta, como é do conhecimento de todos. Nós temos a responsabilidade de dar o melhor aos nossos hóspedes, desde o check-in ao check-out. E o que acontece? Esses aplicativos não ficam nem no Brasil, então a operação é desigual”, avalia.

A demanda é antiga, mas com o surgimento de diferentes plataformas e o impacto sentido pelo setor, a avaliação da ABIH é de urgência.

“Só em Fortaleza, do ano passado para cá, fecharam seis hotéis. Se nós não tivermos essa demanda, vão fechar muitos hotéis, como já estão fechando no Brasil todo”, conclui Linhares.

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