As obras de duplicação na Avenida Leopoldo Sander não vão interferir somente na estrutura da via, mas também na vida dos moradores às margens do acesso, que segundo a prefeitura residem em área irregular.
Segundo a Administração Municipal, os moradores serão realocados e poderão optar entre a região da Vila Rica ou Vila Esperança onde receberão um lote escriturado e com infraestrutura padrão de água e luz além de R$6 mil como ajuda de custo, para aluguel temporário ou transferência de suas casas.
O ClicRDC foi até a Avenida e conversou com moradores que relataram estar no lá há muito tempo onde conseguiram construir as casas e agora terão que sair para um local que será temporário.
“O prefeito nos falou que aqui não é nosso, mas o que nos colocamos de casas e os bens foi o salário da vida que trabalhamos, eu tenho minha casa toda construída e para ser como ele falou um terreno de 20 por 10 para colocar ou retirar as casa ou dar os R$6.000,00 para pagar aluguel durante seis meses e depois disso a gente vai aonde”, disse a moradora Lúcia da Maia Ramos.
A moradora falou que o valor é inferior ao que já foi investido nos locais e que o auxílio por parte da prefeitura deveria ser maior.
“Eu com R$6.000,00 não sei se faço um quarto, então para a gente sair nós queríamos que dessem esse terreno com uma casa nem que não fosse uma casa grande, mas para receber o suor das mãos da gente”, destacou Lúcia.
Em conversa com outra moradora que é proprietária de um mercado, ela relatou que participou de uma reunião com o Prefeito João Rodrigues e que ele deu o prazo de 30 dias para que os moradores saíssem do local e que daria um terreno e mais dinheiro.
“Todos os meus vizinhos aqui trabalharam muito, eu estou aqui há 15 anos e muitos chegaram a fazer acerto em firmas e colocaram tudo aqui para construir as casinhas deles”, disse Mareni.
De acordo com a Diretora de Regulação Fundiária, Edi Folle são 22 famílias que estão na faixa de domínio onde será feita a duplicação. Ela relatou que os moradores participaram de uma reunião onde foi proposto que houvesse um acordo com o município.
“Eles mesmos entendem que invadiram isso e que é faixa de domínio e que o município só está executando uma coisa que já estava prevista. E a gente também entende que algumas famílias estão ali a muitos anos e que construíram suas moradias”, disse Edi Folle.
Ela ainda relatou que durante a reunião, a prefeitura fez duas propostas aos moradores para que um acordo fosse firmado.
“A gente sugeriu encaminhar um projeto de lei para a câmara de vereadores do projeto de aluguel social, então seria um auxílio pelo período de seis meses com o valor de R$1.000,00 e a segunda é disponibilizar um lote urbano para cada morador com infraestrutura e regularizado”, destacou.
Edi Folle ainda ressaltou que 19 das 22 famílias já levaram as documentações, e que a intenção da prefeitura é que até o fim do ano todos sejam realocados para as áreas que foram disponibilizadas.
Área de APP
O Prefeito de Chapecó, João Rodrigues recebeu na segunda-feira (04), moradores da região da Leopoldo Sander que residem em uma Área de Preservação Permanente (APP), que adquiriram os terrenos. Segundo João, o erro não foi dos moradores, mas sim de quem vendeu mesmo sabendo que o local era irregular.
“Esse moradores que estão aqui são pessoas que trabalham e foram enganados. Eu chamei eles aqui por que eu vou resolver o problemas deles, já estamos adquirindo uma área de terra e em um prazo de 60 dias vamos realocar essas famílias em um programa do fundo municipal de habitação vai financiar o terreno a todos que vão para um terreno próprio”, disse o prefeito.
Confira o que diz o prefeito
