


O Brasil é um país que desperta emoções e admiração ao ser mencionado. Das praias paradisíacas de Fernando de Noronha e das dunas dos Lençóis Maranhenses, à imensidão da Amazônia e ao ritmo vibrante do Carnaval, sua riqueza natural e cultural faz do gigante sul-americano um dos destinos turísticos mais atraentes do mundo. A isso se soma uma identidade hospitaleira, diversificada e constantemente renovada, o que a torna um lugar ideal tanto para o turismo de lazer quanto para o de negócios.
Por essa razão, e muito mais, não é surpreendente que 2025 esteja testemunhando um boom sem precedentes na chegada de visitantes internacionais, superando todas as projeções anteriores e marcando um ponto de virada na história do turismo brasileiro. Para este ano, as projeções da Empresa Brasileira de Promoção do Turismo Internacional (Embratur) apontam para o recebimento de mais de 8 milhões de turistas estrangeiros, superando assim a meta inicialmente estabelecida para 2027.
Somente entre janeiro e abril deste ano, 4.425.888 visitantes internacionais vieram ao país, um aumento de 51% em relação ao mesmo período de 2024. Esse número histórico marca o melhor início de ano, já que o recorde anterior de 4,4 milhões só havia sido alcançado em agosto do ano passado. Marcelo Freixo, presidente da Embratur, comemorou esse crescimento e disse: “Sem dúvida, este ano receberemos mais de oito milhões de visitantes estrangeiros, a meta que tínhamos para 2027”.
O aumento no número de chegadas nos primeiros quatro meses do ano foi extraordinário. Em abril, 686.239 turistas chegaram, 72% a mais do que no mesmo mês de 2024. Com isso, o Brasil não está apenas progredindo no cumprimento de suas metas quantitativas, mas também está consolidando sua posição como líder em turismo na América Latina. O Ministro do Turismo, Celso Sabino, ressaltou que esses resultados reforçam o compromisso de tornar o Brasil uma referência turística de classe mundial, destacando a recuperação da imagem internacional do país e as campanhas promocionais segmentadas por região e tipo de viajante.
Por trás dessas conquistas está uma estratégia coordenada entre o governo federal, a Embratur, o Ministério do Turismo e o setor privado. No início de 2025, foi lançado o Plano Brasil, um programa de promoção internacional para o triênio 2025-2027 que combina inteligência de dados, segmentação de mercado e parcerias com companhias aéreas para ampliar as conexões aéreas. Graças a esses esforços, a conectividade do Brasil com os principais destinos turísticos cresceu significativamente, facilitando a chegada de visitantes e reduzindo os custos de viagem.
É importante observar que grande parte do fluxo de turistas vem da América do Sul, sendo a Argentina a principal fonte, com 2.147.000 visitantes entre janeiro e abril, quase o dobro do mesmo período do ano passado. O Chile desbancou os Estados Unidos do segundo lugar, com 333.592 turistas (+29%), enquanto os EUA contribuíram com 305.932 (+21,7%). Enquanto isso, da Europa, Portugal, a França, a Alemanha, o Reino Unido, a Itália e a Espanha enviaram juntos 481.986 viajantes, refletindo a atração de destinos como o Rio de Janeiro e Salvador da Bahia para o público europeu.
Além do número de chegadas, os gastos dos turistas têm batido recordes. No primeiro trimestre de 2025, o turismo internacional gerou US$ 2,401 milhões em receita, um aumento de 16% em comparação com o mesmo período de 2024. Somente em março, os visitantes gastaram US$ 773 milhões em hospedagem, alimentação, transporte e atividades recreativas, superando os produtos tradicionais de exportação, como aves (US$ 2,3 milhões) e algodão (US$ 1,57 milhões). Para Freixo, esses valores significam desenvolvimento para as pequenas e médias empresas do setor, geração de empregos e divisas para a economia brasileira.
Da mesma forma, o boom do turismo receptivo anda de mãos dadas com a recuperação do transporte aéreo. Em abril, o Brasil atingiu um recorde histórico de quase 10 milhões de passageiros, 7,9 milhões em voos domésticos e 2,1 milhões em rotas internacionais. Esse foi o primeiro abril em que o tráfego internacional ultrapassou a barreira dos dois milhões de passageiros, com um crescimento de 17,2% de um ano para o outro.
Enquanto isso, no setor doméstico, o tráfego cresceu 9,6%, enquanto a demanda medida em passageiros por quilômetro transportado (RPK) aumentou 13,4% e a oferta de assentos por quilômetro oferecido (ASK), 7,6%. Esses indicadores apontam para uma maior ocupação das aeronaves e uma otimização da capacidade instalada, fortalecendo a rede de companhias aéreas regionais e reduzindo os tempos de conexão entre as diferentes regiões do país.
No segmento de carga aérea, a dinâmica foi mista em abril. O frete internacional cresceu 4,4%, com 74.800 toneladas movimentadas, um sinal da força do comércio exterior. Em contraste, a carga doméstica caiu 12,5%, para 35.900 toneladas, um declínio que pode ser devido a ajustes logísticos por parte das empresas e a flutuações na demanda doméstica.
Os destinos que mais se beneficiaram dessa onda de visitantes internacionais nos primeiros quatro meses do ano foram Rio Grande do Sul (1.144.558 turistas, +93,4%), São Paulo (1.020.851, +24,7%) e Rio de Janeiro (901.991, +51,9%). Paraná (531.192, +28,8 %), Santa Catarina (492.960, +67,5 %) e Bahia (83.914, +61,4 %) também se destacaram. Esses estados combinam atrações naturais, como as praias de Florianópolis ou as montanhas de Gramado, com infraestrutura turística de primeira classe e uma oferta cultural variada, de museus a festivais de música.
Esse crescimento sustentado não apenas impulsiona a economia por meio de divisas, empregos e acesso a empréstimos pessoais que facilitam as viagens, mas também fortalece o turismo doméstico. De fato, se a tendência continuar, o Brasil também se posicionará como uma história de sucesso no renascimento do turismo pós-pandemia, combinando natureza, cultura e hospitalidade em uma fórmula que encanta o mundo inteiro.
Campanha “Não há lugar como o Brasil”
No dia 20 de maio, o Brasil deu um passo firme para garantir seu lugar no coração dos viajantes americanos. A partir dos Estados Unidos, a Embratur lançou a campanha “Não há lugar como o Brasil”, uma proposta visual e emocional que convida a explorar o país por meio de um olhar mais consciente e autêntico. A iniciativa tem o compromisso de destacar a riqueza cultural das comunidades locais, o compromisso com a sustentabilidade e a beleza estonteante de suas paisagens, buscando oferecer uma experiência que transcende o tradicional.
A campanha ganha vida por meio de imagens reais de turistas percorrendo destinos naturais e urbanos, propondo uma jornada imersiva em que a conexão com o entorno e as pessoas se transforma na verdadeira atração. Quatro tesouros brasileiros reconhecidos pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade são os protagonistas: o Pantanal, onde o ecoturismo protege espécies como a onça-pintada; os Lençóis Maranhenses, uma maravilha de dunas e lagoas que parece tirada de outro mundo; o Rio de Janeiro, uma cidade onde o ritmo da arte e a selva se entrelaçam; e Paraty, com seu charme colonial e uma história viva que pode ser respirada em cada rua.
Projetada para atrair diferentes perfis de turistas, a estratégia audiovisual inclui um vídeo principal de 60 segundos e três versões mais curtas de 20 segundos, direcionadas a segmentos específicos: amantes de aventura, famílias em busca da natureza e aqueles que desejam se desconectar do mundo em um ambiente tranquilo. Essa diversificação responde a dados reveladores sobre as preferências dos americanos, com 68% priorizando o turismo sustentável, 42% valorizando a riqueza cultural, 35% sendo cativados pela gastronomia e 19% escolhendo destinos por seus ambientes naturais.
Nesse contexto, o presidente da Embratur destacou o caráter transformador da proposta: “Esse é um convite aos turistas dos Estados Unidos para que venham conhecer o Brasil em sua mais pura essência, criando memórias inesquecíveis e valorizando, ao mesmo tempo, as pessoas e a natureza”. A campanha é complementada por viagens de familiarização para agentes de viagens, ações com a imprensa especializada e a futura inauguração da Galeria Visit Brasil, prevista para setembro de 2025, espaço que consolidará a imagem do país no exterior.
Tudo isso faz parte do Plano Nacional de Turismo 2024-2027, alinhado com a Agenda 2030 da ONU. O objetivo é posicionar o Brasil como o principal destino turístico da América do Sul, comprometido com a sustentabilidade, a inovação e o respeito à sua identidade cultural.