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Mario Aparecido do Prado, de 52 anos, que estava desempregado bateu na porta do amigo Edson da Silva e fez uma pergunta “vamos vender torresmo juntos?”. Depois dessa pergunta a cidade de Londrina/PR não seria mais a mesma.
Edson aceitou e juntos começaram a produzir. Conseguiram emprestar um tacho de 5kg de uma amiga, compraram algumas ‘pancetas’ (barriga de porco) e penduraram um banner com a expressão “drive-thru do torresmo” na frente de uma casa de carne.
“Em menos de uma semana, tivemos que comprar um tacho maior, de 20 quilos, para dar conta da demanda. Hoje, temos quatro”, disse Silva. Eles investiram R$ 1.000 nos tachos.
Os dois amigos, que agora são sócios, vendem cerca de 50 quilos de torresmo pronto todos os dias, em pacotinhos de 250 gramas. Cada um custa R$ 10. O faturamento diário é de cerca de R$ 2.000. A casa de carnes, que vendia apenas assados, transformou o torresmo no carro-chefe do negócio. O estabelecimento funciona de terça-feira a domingo. O faturamento mensal do local agora é de R$ 60 mil, o triplo do montante registrado antes de o drive-thru ter sido implantado. O lucro é de 20% sobre esse valor.
O toucinho é comprado todos os dias por Prado em três frigoríficos da região. Ele começa a preparar o petisco por volta das 6h. Os consumidores param de carro e buzinam. Prado, Silva ou o sobrinho dele, Ivan Carlos da Silva, 18, que também ajuda no negócio, leva a porção. “Há dias em que ficamos sem torresmo por causa da quantidade de gente que passa aqui”, disse Prado. Ele e Silva planejam alugar outro estabelecimento próximo à casa de carnes para expandir o negócio, inclusive com delivery para a região central de Londrina.
Para João Luis Moura, consultor do Sebrae-PR, a grande jogada do negócio foi o nome criativo. Segundo ele, os empresários conseguiram, sem muito investimento, diferenciar-se em um mercado altamente concorrido, que é o de petiscos e de carne. “Quando o empreendedor consegue ser assertivo e cria um nome inusitado, ele acaba entrando na mente dos consumidores e desenvolve um vínculo emocional”, afirmou. Moura disse, no entanto, que o produto é bem convencional e isoladamente não conseguiria manter a alta procura. De acordo com o especialista, o ideal seria desenvolver no futuro novas ações criativas para o público. “De tempos em tempos, o empreendedor poderia levar novos elementos.