



Vivemos num planeta que está diferente e podemos sentir isso diariamente. Ondas de calor intenso, chuvas intensas e com grandes acumulados, grande variação de temperatura num mesmo dia, enfim, algo está diferente.
Para conseguirmos viver, produzir alimentos e ter qualidade de vida devemos agir antes que seja tarde, e para isso todas as pessoas em suas casas, profissões e serviços precisam fazer algo em prol de um bem maior que é o planeta, que é a “casa” em que vivemos.
A agricultura tem papel preponderante nos fenômenos que ocorrem no planeta, com ações positivas quando bem executadas ou negativas quando é negligenciado o conhecimento agronômico. Sim, é possível que o bom manejo do solo, a adoção de práticas conservacionistas, o uso racional e bem posicionado dos insumos e tecnologias e as boas práticas na agricultura ajudem a minimizar os problemas climáticos e produzir alimentos em quantidade e de qualidade.
Segundo a Embrapa, a agricultura de baixo carbono (ABC) é um sistema de produção agrícola que visa reduzir ou minimizar as emissões de gases de efeito estufa, adotando diferentes ações, técnicas e medidas a campo. As medidas adotadas podem ser voltadas a conservação do solo, a adoção do sistema de plantio direto na palha, a recuperação de pastagens degradadas com técnicas inteligentes, a intensificação dos sistemas e uso da Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, a redução do uso de combustíveis fósseis e de fertilizantes exclusivamente químicos, o sequestro de carbono da atmosfera por plantas e retenção no solo, e para isso, conhecimento e boas práticas fundamentadas nos preceitos agronômicos devem ser adotadas.
Com a adoção de técnicas e sistemas de produção mais sustentáveis, é possível aumentar a produtividade, reduzir o desmatamento, conciliar a conservação do solo e da água, adequar as propriedades rurais à legislação ambiental, ampliar as áreas de florestas nativas e cultivadas e estimular a recuperação de áreas degradadas, o que resulta em mais áreas conservadas e maior produção de alimentos sem derrubar uma árvore ou explorar outras fronteiras agrícolas.
De acordo com a Embrapa, há vários programas que podem ser acessados e os produtores rurais obterem recursos financeiros visando a agricultura de baixo carbono: Programa 1: Recuperação de Pastagens Degradadas; Programa 2: Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) e Sistemas Agroflorestais (SAFs); Programa 3: Sistema Plantio Direto (SPD); Programa 4: Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN); Programa 5: Florestas Plantadas; Programa 6: Tratamento de Dejetos Animais; Programa 7: Adaptação às Mudanças Climáticas.
Portanto, ao produzirmos alimentos no campo podemos adotar práticas conservacionistas e assim preservar os recursos naturais, minimizar o impacto ambiental e manter as famílias rurais no campo. Afinal, como diz a música cantada por Chiquito e Bordoneio, tudo vem do campo, é do trabalho que vem a prosperidade, é o suor que aduba a terra fértil que sustenta a cidade.
Abraço aos amigos leitores, continua na próxima edição.
Anderson Clayton Rhoden.
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Professor no Curso de Agronomia da Uceff.
Engenheiro Agrônomo.
Mestre em Ciência do Solo.
Doutor em Agronomia.
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