


A ciência Agronômica é uma das mais belas, complexas e instigantes, pois estuda, entre tantos outros assuntos, o planeta, o solo, as plantas, o clima e suas interações. Quanto mais favorável for o clima, ou seja, quando ocorrem temperaturas e umidade adequadas, mais as espécies vegetais, animais e microbianas irão se desenvolver e evoluir e, em função disso, maior será a biodiversidade local.
Em locais que são quentes e úmidos, como no Brasil, maior tende a ser a biodiversidade, o que é evidenciado nos biomas da Amazônia, da Mata Atlântica e do Pantanal e, quanto maior a biodiversidade, mais acelerado é o processo de formação dos solos, ou seja, mais profundos e intemperizados os solos serão. Isso ocorre porque sobre as rochas se instalam alguns tipos de bactérias, fungos e plantas que exsudam substâncias capazes de degradar as rochas, promovendo a liberação de nutrientes para que possam absorvê-los e utilizá-los no seu metabolismo, promovendo a transformação dos minerais das rochas e o início da formação do solo. A partir dessa interação, nesse local, passa a haver nutrientes vindos das rochas e água vinda da chuva que podem ser absorvidos pelos organismos que ali habitam, resultando na formação do solo e na presença de vida que, na sequência do processo evolutivo, promoverá maior biodiversidade.
Essa condição é fundamental para a formação do solo que, com o tempo, é capaz de reter nutrientes e armazenar água, permitindo o desenvolvimento e evolução das espécies, resultando na sucessão ecológica. Sabe-se que esse processo é lento, porém, contínuo. Onde há água, nutrientes e radiação solar há plantas, e onde há plantas, há fotossíntese e a produção primária de alimentos para os demais tipos de vid
A presença de organismos fotossintetizantes promove a retirada do gás carbônico da atmosfera, regulando seu fluxo e concentração, resultando no sequestro de carbono mediante a presença da radiação solar. Já o solo intemperizado possui poros pequenos que são capazes de reter água e cargas elétricas nas argilas e matéria orgânica que são capazes de reter nutrientes, o que viabiliza o processo de fotossíntese e nutrição das plantas, resultando na produção de oxigênio que é liberado para a atmosfera, e de energia que é utilizada pela planta.
Dessa forma, o processo de fotossíntese e a capacidade do solo reter água e nutrientes são fenômenos extremamente importantes e que ajudam a explicar a vida no planeta. Cabe destacar que esses fenômenos são muito estudados na Agronomia, o que justifica o título dessa Coluna.
Abraço aos amigos leitores, continua na próxima edição.
Anderson Clayton Rhoden.
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Professor no Curso de Agronomia da Uceff.
Engenheiro Agrônomo.
Mestre em Ciência do Solo.
Doutor em Agronomia.
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