Há algumas colunas, temos tratado dos aspectos referentes aos mais diversos tipos de abusos sentimentais que têm assombrado a sociedade moderna dentro de relacionamentos. Percebemos que a sociedade como um todo está gritando por ajuda frente aos seus agressores emocionais, sejam oriundos de narcisistas, psicopatas, sociopatas ou mesmo de pessoas que utilizam do crime (estelionato) como ferramenta em meio a relacionamentos muitas vezes falaciosos almejando vantagens em face de suas vítimas.
Quando eu escrevo acerca de tal tema, retrato o que encontro nas consultas realizadas no escritório e na diversidade de situações que estamos precisando levar aos processos, tendo que trabalhar não só aspectos jurídicos, mas também estudas as questões psicológicas e psiquiátricas que estão presentes nas relações.
Incrivelmente, tudo isso parece novidade, porque passamos a escutar os gritos de ajuda que partem de vítimas desses verdadeiros vampiros sentimentais, que estão a sugar tudo que as vítimas têm, mas quando dos atendimentos realizados, percebemos que a figura dos narcisistas, sempre existiram, a chegada de informações sobre o tema, tem permitido, em especial às mulheres, a constatação de abusos que atingem os sentimentos e muitas vezes os seus bolsos.
A recente preocupação oriunda do direito fundamental de igualdade, que introduziu a Lei Maria da Penha para dar tratamento diverso para as mulheres e proteção contra seus agressores, fez com que elas pudessem assumir os relacionamentos que vivem, relatar seus abusos, e sim, sair dos mesmos com ajuda profissional, com o menos número de impactos possíveis.
E os homens? Não sofrem abusos? Não precisam de ajuda?
A resposta tem seu tom de obviedade no sentido de uma afirmação, qual seja, os homens sofrem abusos da mesma forma que as mulheres, com certeza, pelas linhas de estudo, em menor quantidade que as mulheres, talvez com menos impacto físico, mas com uma repercussão devastadora em suas vidas.
Mas por que é tão difícil identificar homens que sofrem de abusos das vampiras emocionais?
Porque o homem vem de uma “educação de casa”, em que ele deve ser o provedor, deve ser o alicerce de um relacionamento, e por essas e outras razões como haveria essa figura “forte que detém o controle” cair numa dinâmica em que ele passa a ser vítima de uma mulher? Como esse homem teria coragem de gritar isso ao mundo? Como a sociedade olharia para esse homem? Perderia ele a “macheza” se fosse abrir espaço para ajuda?
As respostas são mais fáceis que as indagações.
Cada dia temos percebidos homens que se envolvem em relacionamentos acreditando que encontraram suas parceiras ideais, e quando se veem no espelho, percebem-se cercados por um mundo em que ele já não está mais presente: ele sente o gosto da rejeição; sente o sabor do desprezo e tenta mesmo assim, a todo momento, manter essa relação que somente tem o condão de lhe prejudicar. Com esses olhos de que a sociedade o veria como um fraco, prefere se retrair, prefere continuar a viver o que não vive, simplesmente preocupado com que os outros vão pensar e falar dele.
Entender que se encontra em uma dinâmica doentia e que está sofrendo um abuso é o primeiro passo para fugir desse abismo sentimental, “gritar” para o mundo buscando ajuda não é um ato de covardia, é um ato de auto salvamento! Lembre-se, muitos estarão para te jogar pedras, para te contestar, mas só uma pessoa pode te ajudar quando você estiver contra a parede, você mesmo!
Chegou a hora dos homens entenderem que vivem em uma sociedade doente e a ajuda é o melhor remédio, continuar em relacionamentos abusivos, não é um ato do ser macho, é um ato de burrice!
