Os desafios, cenários e perspectivas da agricultura familiar e camponesa frente à produção, comercialização e consumo dos produtos orgânicos, motivaram o debate na Audiência Pública, realizada nesta segunda-feira (2), na Câmara de Vereadores de Chapecó. A audiência foi solicitada pelo vereador Claudiomiro da Silva (PT), aprovada por unanimidade. Como encaminhamento foi definido um Grupo de Trabalho Permanente, para discutir as formas de avançar e dar respostas a este setor.
Com o plenário lotado, a audiência contou com a participação e explanação do secretário Municipal do Meio Ambiente Valdir Crestani; agente Técnico da Epagri Ivan Tormen; presidente da Associação de Defesa do Consumidor e Cidadania, Liza Dal Chiavon; representante dos Feirantes, Olidemar Luzzi; presidente da Cooper Familiar, Geovani Munarini; professor da UnoChapecó com atuação na diretoria de extensão, Juliano Fossá; professor de Agronomia da UFFS, João Leite; coordenadora da Associação dos Pequenos Agricultores do Oeste Catarinense (Apaco), Diva Vani Deitos e agrônomo da Cooperativa Central da Reforma Agrária, Álvaro Santin. Entre as autoridades também estavam a deputada Estadual, Luciane Carminati e os vereadores Cleber Ceccon e Cleiton Fossá.
O vereador Claudiomiro da Silva destacou a importância de despertar o debate sobre a necessidade de mais incentivos aos agricultores.“Nossa região tem um grande potencial de produção, por isso precisamos pensar juntos em novas alternativas para aumentar a renda dos agricultores e o consumo de produtos saudáveis”, destaca o vereador. Claudiomiro também informou que protocolou na Câmara de Vereadores um Projeto de Lei, que sugere ao Executivo instituir o Programa Vale-Feira aos servidores públicos do Poder Executivo no valor de R$ 30,00 mensais por servidor, para serem utilizados nas feiras livres dos agricultores do município de Chapecó.
Debate
A necessidade de incentivar agricultura familiar aliada ao desenvolvimento rural e uma vida mais saudável foi pautada nas manifestações. Foi defendido o aumento da compra dos alimentos orgânicos para a alimentação escolar e atividades de campo envolvendo o público escolar.
O professor da Unochapecó com atuação na diretoria de extensão, Juliano Luiz Fossá chamou atenção para o cenário da agricultura familiar. Destacou que segundo o Censo Agropecuário de 2017, o município de Chapecó é formado por 93,3% de estabelecimentos caracterizados como agricultura familiar. Ainda segundo o levantamento censitário do IBGE, apenas 144 propriedades afirmaram produzir de forma orgânica produtos de origem animal e ou vegetal.
O agente Técnico de ATER, da Epagri, Ivan Tormem informou os projetos desenvolvidos pela Epagri na região, entre eles o da Horticultura; Agregação de Valores; Água e Solo e Pecuária. “Destacamos que estamos proporcionando grande contribuição aos agricultores familiares que buscam na Epagri orientação técnica”, afirmou.
Com conhecimento de quem produz o representante dos feirantes, Oldemar Luzzi, afirmou que investiu na propriedade para ter a sucessão familiar com geração de renda.“Se nós tivermos organização a gente vende não só para Chapecó, temos um mercado maior”, destacou.
A presidente da Associação de Defesa do Consumidor e Cidadania, Liza Dal Chiavon também contribuiu com o debate.“O que precisa é o incentivo da produção de orgânico de qualidade, com preços acessíveis, que oportunizem o consumo de alimentos saudáveis”
O secretário Municipal de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente, Valdir Crestani ouviu as sugestões e destacou que irá dar os encaminhamentos. “Vou levar para as Secretarias de Educação e da Assistência Social a proposta de aumentar o percentual de compra de orgânicos para as escolas e para os usuários do Banco de Alimentos”, destaca.