O que ocorreu no Teleton deste ano, campanha solidária promovida pelo SBT para beneficiar a AACD, rede de centros de reabilitação que atendem pessoas com deficiência física em sete estados do Brasil, foi heroico do ponto de vista das doações advindas da população. Para uma campanha que, ao contrário de outros países, que realizam a iniciativa com uma união de emissoras de TV muito mais forte, esta edição da maratona televisiva foi realmente histórica.
Para quem não acompanha o Teleton, tradicionalmente, a participação das empresas na campanha é muito superior do que a participação do público na arrecadação. Em 2024, por exemplo, as empresas contribuíram com R$ 25.860.000 para uma meta de R$ 35 milhões. A arrecadação final foi de R$ 36.114.000, com R$ 10.254.000 vindo de doações do público, com uma estimativa de 726 mil doações recebidas. Percentualmente, a participação foi de 71,6% das empresas e 28,4% da população.
Em 2025, a doação das empresas caiu 17,1% em relação ao ano passado, passando para R$ 21.440.000, exigindo do público um valor jamais arrecadado em um Teleton: R$ 13.660.000, ou 39% da meta de R$ 35 milhões. Publicamente, o SBT admitiu que a campanha poderia, pela primeira vez desde 2003, não alcançar a meta de arrecadação. No entanto, a população de todo o país teve uma atitude exemplar, e alcançou R$ 15.807.000 em doações, com mais de 1 milhão de transações registradas.
A arrecadação chegou aos R$ 37.247.000, superando o total do ano passado em mais de R$ 1,1 milhão, com as empresas correspondendo a 57,6% da arrecadação, e o público aumentando sua participação para 42,4% do total reunido. Isso significa que cada um de nós tomou uma maior consciência da necessidade de participar numa iniciativa séria, nacional e de credibilidade com mais afinco. Meu desejo é que esse pertencimento demonstrado por tantos brasileiros se mantenha e cresça no ano que vem.
Ainda somos muito fracos
No mesmo fim de semana, os países vizinhos do Paraguai e do Uruguai realizaram seus teletons, ambos em cadeia nacional de TV. O Paraguai, com 7 milhões de habitantes, arrecadou US$ 2.230.000, 32 centavos de dólar por pessoa; e o Uruguai, com 3,5 milhões de habitantes, arrecadou US$ 3.648.000, um dólar e quatro centavos por pessoa.
Enquanto isso, o Brasil, com 214 milhões de habitantes, arrecadou apenas três centavos de dólar por habitante. Claro que nosso país é continental, e o que pesa na hora de doar é a necessidade da localidade onde vivemos, mas mesmo assim, esse dado é vergonhoso. Podemos fazer muito mais para a campanha símbolo da solidariedade na televisão mundial, que querendo ou não, melhor pode passar uma imagem de solidariedade a nós mesmos, e ao resto do planeta.
Recadinhos
- A Prefeitura de Chapecó encaminhou projeto de lei à Câmara de Vereadores para aumentar o valor pago no adicional de insalubridade aos servidores municipais.
- A ideia da Administração é subir de 170 para 275 Unidades Fiscais de Referência Municipal (UFRM) o adicional, o que em moeda corrente significa uma subida de R$ 992,01 para R$ 1.604,73
- A medida, para a Prefeitura, visa valorizar os servidores públicos municipais que desenvolvem atividades, com habitualidade, em locais considerados insalubres, ou em contato permanente com substâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida.
- Se a lei for aprovada pelos vereadores, o novo cálculo da insalubridade será realizado a partir de 1º de dezembro.
