
Há momentos na história de um país em que a liderança se manifesta não nas palavras, mas nas ações. Foi isso que vimos nos últimos dias, quando governadores de vários estados brasileiros — de diferentes regiões, mas de mesma coragem — uniram-se em apoio ao governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, após a megaoperação que desmantelou parte do crime organizado e reacendeu o debate sobre segurança pública.
Sim, houve confronto, houve mortes, e, inevitavelmente, surgiram as vozes da crítica — aquelas que, de gabinetes distantes, veem a guerra urbana pela lente do idealismo, e não da realidade concreta das ruas dominadas por facções. Mas é preciso reconhecer que há algo maior em jogo: a autoridade do Estado. E é exatamente isso que os governadores decidiram defender.
O resgate da autoridade do Estado
O apoio vindo de nomes como Ronaldo Caiado (Goiás), Romeu Zema (Minas Gerais), Tarcísio de Freitas (São Paulo), Jorginho Mello (Santa Catarina) e outros líderes estaduais é mais do que um gesto de solidariedade entre pares. É um posicionamento institucional — um grito de basta diante da inversão de valores que faz do policial o vilão e do bandido o coitado.
O que está em curso é uma retomada da autonomia dos estados, um movimento de governança federativa em que os governadores deixam de esperar ordens de Brasília para agir em defesa de seus cidadãos. Quando a violência ultrapassa o limite da tolerância, a omissão é tão criminosa quanto o próprio crime.
Um pacto de coragem
Os críticos apressados dizem que se trata de um “gabinete paralelo” ou de uma manobra política. Mas a verdade é que o Brasil precisa, com urgência, de um pacto de coragem. Um pacto em que as autoridades eleitas enfrentem a realidade sem filtros ideológicos — e, sobretudo, sem medo de desagradar.
O governador Cláudio Castro não inventou o problema. Ele o herdou. O que ele fez — e que tantos outros evitam fazer — foi agir. E sua atitude encontrou eco em outros governadores que entenderam o momento histórico: ou o poder público volta a ocupar o território, ou o crime continuará governando zonas inteiras do país.
O contraste com Brasília
Enquanto os governadores se mobilizam, o governo federal parece hesitar, preso a uma retórica que confunde direitos humanos com complacência. O resultado é a sensação de que o Brasil vive dois mundos: um, de quem está no front; outro, de quem está atrás das cortinas, escrevendo discursos.
A Constituição é clara: segurança pública é dever do Estado — e, portanto, dos governadores. Quando eles cumprem essa missão, estão exercendo a autoridade que o voto popular lhes concedeu. Aplaudir essa postura é reconhecer que há esperança de ordem em meio ao caos.
A hora dos governadores
O país precisa de líderes que não tremam diante da responsabilidade. Líderes que saibam que segurança pública não é um tema de palanque, mas de vida ou morte. Que entendam que a paz não se alcança com omissão, mas com presença do Estado, com polícia treinada, com inteligência, com planejamento — e, sim, com firmeza.
Ao se unirem em torno de Cláudio Castro, os governadores mostraram que o Brasil ainda tem quem defenda a lei e a ordem. Que a política pode, sim, ter lado: o lado da população honesta, do trabalhador, da mãe que quer ver o filho voltar da escola.
O Brasil não precisa de mais discursos. Precisa de líderes que enfrentem a realidade como ela é. E, dessa vez, foram os governadores — e não o governo federal — que deram o exemplo.





