
A repercussão da morte do ativista norte-americano Charlie Kirk, assassinado em 10 de setembro de 2025, ultrapassou fronteiras e já provoca efeitos diretos no Brasil. Nos últimos dias, empresas, instituições e conselhos profissionais brasileiros anunciaram demissões, cancelamentos e investigações contra indivíduos que publicaram mensagens consideradas ofensivas, irônicas ou celebratórias em relação ao caso.
Um dos episódios mais marcantes ocorreu em Pernambuco. O neurocirurgião Ricardo Jorge Vasconcelos Barbosa, que atuava na clínica particular Recife Day Clinic, foi desligado após postar em suas redes sociais um comentário parabenizando o atirador responsável pelo assassinato de Kirk. Além da demissão, o caso foi encaminhado ao Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (CRM-PE), que abriu investigação sobre a conduta do profissional.
Em Minas Gerais, o funcionário Luís Otávio Kalil, da Arena RM, um espaço esportivo de beach tennis em Belo Horizonte, perdeu o emprego depois de publicar uma mensagem celebrando a morte de Kirk. A empresa divulgou nota oficial informando que a opinião era pessoal e não refletia os valores da instituição, mas confirmou a demissão definitiva do colaborador.
O escritor e historiador Eduardo Bueno, conhecido como “Peninha”, também entrou na polêmica após divulgar um vídeo no qual criticava duramente Kirk e ironizava sua morte. A repercussão levou ao cancelamento de um evento na PUC-RS e à suspensão do podcast Nós na História, do qual participava. Embora não se trate de uma demissão formal, a decisão mostrou como instituições brasileiras estão reagindo de forma imediata a manifestações públicas sobre o tema.
Outro caso envolve Victor Oliveira de Moraes, que prestava serviços à empresa Volpe Mídia. Após comentários em redes sociais sugerindo que “existem pessoas que precisam ser assassinadas”, a companhia decidiu rescindir o contrato de prestação de serviços, alegando que não toleraria manifestações que pudessem ser interpretadas como incitação à violência.
Os episódios no Brasil refletem um movimento semelhante ao que ocorre nos Estados Unidos, onde companhias de diferentes setores — esportes, mídia, educação e tecnologia — também estão punindo funcionários que se manifestaram publicamente sobre a morte de Kirk em termos considerados inapropriados. A justificativa mais comum é a de que tais postagens ferem políticas internas de conduta e comprometem a imagem institucional.
No Brasil, além das medidas administrativas, alguns casos estão sendo encaminhados a órgãos reguladores, como os Conselhos Regionais de Medicina, o que pode ampliar as consequências profissionais para além das demissões imediatas.