terça-feira, setembro 16, 2025
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“A Democracia e a Soberania Brasileiras São Inegociáveis”: o artigo de Lula que mira relações com os EUA

Confira a coluna do professor Dr. Givanildo Silva

Prof. Givanildo Silva – Doutor em Ciências Contábeis e Administração.

No último domingo (14), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou um artigo de opinião no The New York Times que ganhou destaque internacional. Intitulado “A Democracia e a Soberania Brasileiras São Inegociáveis”, o texto foi dirigido diretamente ao governo dos Estados Unidos em resposta às tarifas de até 50% impostas recentemente sobre produtos brasileiros. Lula classificou a medida como equivocada e ilógica, lembrando que os Estados Unidos têm acumulado superávit expressivo no comércio bilateral e que a maior parte de seus produtos entra no Brasil com tarifas baixas ou até isentas.

Apesar das críticas, o presidente deixou claro que o Brasil está disposto a negociar. Segundo ele, qualquer questão que gere benefícios mútuos pode estar na mesa, mas existem limites intransponíveis: democracia e soberania não estão em discussão. Lula aproveitou o espaço para rebater acusações de perseguição política contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmando que as decisões judiciais foram tomadas em plena conformidade com a Constituição e que reforçam a solidez das instituições democráticas brasileiras.

O texto também serviu para destacar avanços internos. Lula citou o PIX como um exemplo de inovação financeira que ampliou a inclusão e reduziu custos para a população, defendendo que o sistema fortalece a economia nacional em vez de criar competição desleal. Também mencionou a importância de regulamentar as plataformas digitais, alegando que a medida busca conter a disseminação de notícias falsas, fraudes e discursos de ódio, e não censurar vozes divergentes.

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Na pauta ambiental, o presidente ressaltou que o desmatamento na Amazônia caiu pela metade nos últimos dois anos, resultado de operações mais rigorosas contra crimes ambientais. Para ele, proteger a floresta não é apenas uma responsabilidade brasileira, mas um dever global, já que seus efeitos influenciam diretamente o equilíbrio climático em outras partes do planeta.

A decisão de publicar no The New York Times foi estratégica. Lula buscou falar não apenas ao governo norte-americano, mas também à comunidade internacional, reafirmando o papel do Brasil como ator relevante em questões de comércio, democracia e meio ambiente. O recado foi claro: o país está aberto ao diálogo e à cooperação, mas não aceita imposições que violem seus princípios fundamentais.

O artigo insere-se em um momento de tensão diplomática, mas também de oportunidade. Ao traçar uma linha firme em defesa da soberania e, ao mesmo tempo, oferecer disposição para negociar, Lula busca equilibrar firmeza política com pragmatismo econômico. Resta agora observar como os Estados Unidos reagirão a esse gesto e quais caminhos se abrirão para a relação bilateral nos próximos meses.

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