sexta-feira, setembro 12, 2025
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Campo em Foco: Produtores rurais que adotam boas práticas agronômicas ajudam o planeta e a economia

Confira a coluna do Prof. Dr. Anderson Clayton Rhoden, engenheiro agrônomo: Campo em Foco


Conforme discutido na coluna anterior, é possível melhorar a condição ambiental do planeta e, ao mesmo tempo, recuperar a qualidade do ambiente (solo, água e ar) realizando práticas agrícolas sustentáveis, a partir da adoção dos princípios do sistema de plantio direto na palha e da agricultura regenerativa.

A pesquisa já nos trouxe várias práticas ambientalmente corretas que podem ser adotadas nas propriedades rurais, visando à recuperação e preservação do solo e da água e, ao mesmo tempo, à produção de alimentos em quantidade e qualidade. É possível, sim, mas para isso é necessário fazermos uma agricultura e pecuária bem conduzidas.

Muitas áreas de pastagens no mundo estão degradadas, e a recuperação dessas é fundamental. A pastagem produz alimento para bovinos de corte e de leite, entre outros animais. Ao manejarmos adequadamente as pastagens, realizando calagem e adubação e controlando a altura de entrada e saída dos animais no pasto, conseguimos melhorar sua produtividade. O pasto fará fotossíntese e incorporará carbono no solo, o qual terá condição de armazenar mais água e nutrientes, reduzindo o custo de produção, mantendo a água na bacia hidrográfica, o que é desejável.

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A integração lavoura-pecuária (ILP) pode intensificar a produção de alimentos sem degradar o solo, pois, numa mesma área, podemos ter a produção animal no inverno em pastagens bem manejadas e, no verão, as culturas de grãos sobre os resíduos da pastagem, sem revolver o solo. Assim, adotamos a rotação de culturas e controlamos a atividade animal, o que é salutar para a melhoria do solo.

Podemos plantar soja sem degradar o meio ambiente. Sim, é possível, desde que adotemos o Sistema Plantio Direto (SPD) e a fixação biológica de nitrogênio (FBN). Ao plantarmos soja sobre resíduos da cultura de inverno, com diversidade de plantas num sistema de rotação de culturas, raiz e palhada, não mexemos no solo, exceto na linha de semeadura. Mantemos a palhada sobre o solo e praticamos a rotação de culturas. Como é soja, devemos fazer a inoculação das sementes com microrganismos específicos para que ocorra a fixação de nitrogênio (78% do ar é N₂). Assim, não precisamos aplicar adubos nitrogenados, reduzindo custos e impactos ambientais. Sensacional!

Em áreas muito íngremes, próximas às águas, margens de rios, arredores de nascentes, fontes e poços – que são áreas de preservação permanente (APP), conforme o Código Florestal – é fundamental mantermos a vegetação nativa e permanente, assim como nas áreas de reserva legal (RL). Isso garante a preservação do solo e da água, promove a biodiversidade e o fluxo gênico de plantas e animais, mantendo a água na bacia hidrográfica e, com isso, a manutenção de poços, fontes e rios, bem como a recarga subterrânea dos aquíferos da região: o Serra Geral, contido no basalto (não muito profundo), e o Guarani, contido no arenito (muito profundo). Assim, temos recarga subterrânea e recuperação da água de reserva para que, numa eventualidade, possamos utilizá-la no futuro.

Portanto, informação e tecnologias já temos. Ao adotar boas práticas agronômicas, os produtores rurais tornam seu negócio sustentável e ajudam o planeta e a economia.

Abraço aos amigos leitores.

Anderson Clayton Rhoden.


Professor no Curso de Agronomia da Uceff.
Engenheiro Agrônomo.
Mestre em Ciência do Solo.
Doutor em Agronomia.

Instagram @rhodenanderson
Facebook Anderson Rhoden
YouTube Anderson Clayton Rhoden

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