quarta-feira, julho 23, 2025
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O que aprendemos ao escanear 100 mil britânicos — e por que isso muda tudo na saúde

Confira a coluna do professor Dr. Givanildo Silva

Prof. Givanildo Silva – Doutor em Ciências Contábeis e Administração.

Imagine se pudéssemos enxergar o futuro da nossa saúde com um simples escaneamento. Não como adivinhação, mas com dados, imagens, inteligência artificial e ciência de ponta. Foi exatamente isso que pesquisadores do Reino Unido fizeram ao acompanhar mais de 100 mil britânicos, escaneando seus corpos inteiros e reunindo informações genéticas, clínicas e de estilo de vida. O que eles descobriram não é apenas um avanço científico — é um alerta e uma oportunidade.

Estamos falando do maior projeto de imagens corporais já feito no mundo: o UK Biobank Imaging Study. Um bilhão de imagens, milhares de cérebros, corações, fígados, pulmões e ossos analisados. O resultado? Um mapa invisível de como o corpo humano adoece — antes mesmo de dar sinais. Descobertas como a ligação entre saúde do coração e do cérebro, o impacto do álcool mesmo em pequenas doses, e a possibilidade de prever Alzheimer e Parkinson com anos de antecedência mudam o jogo da medicina.

Mas aqui vai a parte mais importante: tudo isso não serve apenas para os britânicos. O conhecimento gerado já está sendo usado em clínicas, hospitais e startups de saúde ao redor do mundo. Ferramentas de IA que nasceram desse projeto hoje detectam anomalias cardíacas com 15 vezes mais rapidez que os médicos treinados. Protocolos derivados dessas imagens estão ajudando no diagnóstico precoce de demência. A ciência está mostrando que, sim, é possível agir antes da doença chegar. E isso vale para qualquer país que queira investir em prevenção, e não apenas em remediar o caos.

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E por que isso importa tanto? Porque o Brasil, com toda sua potência em saúde pública e dados como os do SUS, poderia ser protagonista nesse tipo de revolução. Temos estrutura, temos cientistas brilhantes, temos problemas urgentes. O que falta, muitas vezes, é a decisão política e o investimento estratégico. A boa notícia é que o modelo britânico está aberto: os dados do UK Biobank são compartilhados com pesquisadores de todo o mundo. Ou seja, podemos aprender com eles — e mais ainda, podemos criar nossos próprios biobancos e sistemas de imagem com recorte da realidade brasileira.

Vivemos um tempo em que a medicina do futuro está ao nosso alcance. Basta querer. A ciência mostrou que envelhecer com saúde não é mais um luxo para poucos: é um projeto possível, se for construído com dados, tecnologia e coragem para mudar o modelo atual. Que este escaneamento britânico seja um espelho — e também um chamado — para um novo olhar sobre a saúde pública no Brasil.

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