segunda-feira, julho 14, 2025
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Anistia e soberania: um passo necessário para pacificar o país e retomar o diálogo internacional

Confira a coluna do professor Dr. Givanildo Silva

Prof. Givanildo Silva – Doutor em Ciências Contábeis e Administração.

O recente impasse comercial entre Brasil e Estados Unidos, com a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, reacendeu um tema central para a estabilidade institucional do país: a anistia aos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro. Para alguns, trata-se de uma ameaça à justiça; para outros — e cada vez mais brasileiros —, trata-se de um gesto político indispensável à pacificação nacional e à reconstrução da confiança internacional.

A defesa da anistia por parte de lideranças como Eduardo e Flávio Bolsonaro não é, como querem os críticos, uma chantagem. É uma leitura realista do momento histórico. O país está dividido, e continuar alimentando essa divisão com perseguições judiciais seletivas apenas aprofunda as feridas. O Brasil precisa virar a página. E isso passa pela reconciliação, não pela punição indiscriminada.

Anistia como instrumento de pacificação

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Anistiar não é esquecer, é escolher seguir em frente. O próprio Brasil, em outros momentos, usou da anistia como ferramenta de reconstrução social, como na redemocratização nos anos 1980. Hoje, ela pode ser a chave para desarmar os espíritos e permitir que o país volte a discutir seus desafios reais — como o crescimento econômico, a competitividade internacional e a liberdade de expressão.

Não se trata de blindar criminosos, mas de reconhecer que houve excessos e erros de lado a lado. Muitos que foram presos ou processados não tiveram direito ao devido contraditório, tampouco julgamento célere. Manter esse grupo como símbolo de repressão política não fortalece a democracia — ao contrário, alimenta ressentimentos.

A conexão com o comércio internacional

É nesse contexto que a crise com os EUA se insere. O governo norte-americano, liderado por Donald Trump, interpretou a perseguição jurídica a opositores como sinal de instabilidade institucional. O tarifaço é, em parte, resposta a isso. Retomar a normalidade passa por enviar sinais claros de que o Brasil respeita a diversidade política e está disposto ao diálogo, não ao revanchismo.

Portanto, vincular a anistia à resolução do conflito comercial não é chantagem — é estratégia. É usar da política para construir soluções, e não para perpetuar conflitos. O agronegócio brasileiro, que sustenta boa parte da nossa economia, está sendo punido por erros diplomáticos que poderiam ser corrigidos com um gesto de grandeza institucional.

Chegou a hora de o Brasil demonstrar maturidade. A anistia não é rendição, é reconciliação. E, neste momento, ela pode ser a ponte entre um país ferido e um país pronto para crescer novamente, com estabilidade política, respeito às diferenças e soberania nas decisões. A história nos julgará não pelo rigor das punições, mas pela coragem de promover a paz.

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