Na terça-feira (17), foi convocada pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Unochapecó uma manifestação de ocupação da sala que, após um contrato de comodato por 30 anos ter expirado, terá de ser desocupada para que seja demolida pela universidade, devido ao planejamento de obras no local que, desde 1994, serviu para sediar as reivindicações dos estudantes da instituição comunitária.
A direção da Condá FM aprovou a pauta, e eu fui ao campus na hora marcada para a manifestação. Quando cheguei, vi apenas a diretoria do DCE dentro da sala, e um ambiente de completa normalidade na Unochapecó. O protesto fracassou de forma retumbante. A assessoria de imprensa da universidade me recebeu, e me levou a sala que abrigará o Diretório a partir do próximo mês, e confesso aos senhores que a nova sala é melhor do que a atual, com mais espaço e em um local mais nobre do campus, na entrada principal.
Informações de pessoas que pediram sigilo afirmaram que o vereador Paulinho da Silva (PCdoB), sempre próximo das causas das minorias, teria sido uma espécie de “agitador” dos integrantes da atual diretoria do DCE para realizar não apenas esta manifestação, mas também as reivindicações referentes à possibilidade de reabertura do Bandejão no bairro Efapi, que conforme as fontes desta coluna, tumultuaram a sessão do dia 20 de maio. O requerimento sobre o tema, feito pelo vereador Paulinho, foi rejeitado no Legislativo.
A coluna chamou o vereador para falar sobre o assunto, e ele prontamente atendeu. Conforme Paulinho, foi o próprio DCE que o convidou para o ato da última terça-feira, e o convite foi motivado por ele ter sido presidente do Diretório na época em que era acadêmico da Unochapecó. Ele conversou com os alunos, e relembrou que o espaço que deve ser desocupado no final do mês, próximo à entrada principal da Uno, foi construído após o incêndio da biblioteca da universidade, que cedia uma sala ao DCE, em 1992.
Paulinho mencionou algo que é inquestionável: a Unochapecó tem a grandeza que tem por causa dos estudantes. Por ser uma instituição comunitária, tudo o que foi construído teve seu financiamento através do trabalho dos milhares de acadêmicos e familiares que estiveram, durante 55 anos, passando pela instituição. Por fim, o vereador qualificou como descabida a retirada do DCE do atual local onde fica o escritório do Diretório e também duas cantinas de alimentação, que também são afetadas pelo fim do comodato.
Perante esse cenário, que muito me envergonhou como egresso da universidade e ex-integrante de comissão eleitoral do DCE, saio de férias deixando um recado a aqueles que estão atualmente e que desejam no futuro militar no movimento estudantil: busquem ser respeitados. Qualquer reivindicação precisa ter fundamento lógico e responsável, além de ser bem fundamentada e transparente. É inadmissível um Diretório que tem porta aberta na reitoria da Uno, conforme nos consta, fazer o papelão que fez na terça-feira.
- E aqui encerramos a segunda temporada da coluna Política e Cotidiano. Foram 81 edições neste ciclo, chegando ao total de 235 textos publicados desde o início da coluna, em 8 de julho do ano passado.
- Com certeza, essa segunda temporada foi muito mais intensa do que a primeira, e afirmo a vocês que poderia ter sido ainda mais forte.
- Voltei do meu primeiro período de férias, em fevereiro, decidido a ser mais polêmico e abrangente nas discussões que fazemos aqui, todos os dias úteis, e de fato foi assim.
- Se Deus permitir, espero estar com você novamente a partir do dia 7 de julho para a terceira temporada da coluna, com muitas festividades envolvendo o aniversário da coluna, da Condá FM e do programa Sala de Debates, que completa 35 anos.
