
Ontem (1º), houve a gravação do DVD que comemora 35 anos de carreira da dupla chapecoense Diego & Danimar, com grandes artistas da música sertaneja vindo ao Centro de Eventos de Chapecó para participarem do show que honrou a trajetória de dois dos grandes destaques da composição do estilo musical mais popular do país.
Entretanto, o que me chamou a atenção após a entrevista que fiz com Diego & Danimar no sábado (31), para o programa Super Sabadaço, da Condá FM, foi o grande número de elogios de ouvintes e dos colegas de trabalho. Chega a ser estranho eu receber parabenizações de ouvintes num sábado à tarde, horário onde, geralmente, a média de audiência do meio rádio é menor do que em qualquer outro momento da semana (a mesma coisa acontece com a TV).
Mas essa resposta do público ocorreu por algo que é fundamental para o bom jornalismo, e que vem bem ao caso: fugir do óbvio. A própria dupla esperava que eu viesse e perguntasse coisas do tipo: “Como está a expectativa para o show?”, “Como vocês conseguiram trazer tantas estrelas da música sertaneja?”, “O que o público pode esperar dessa apresentação?”, etc.
Ao invés disso, fiz perguntas como “Se você pudesse agradecer apenas uma pessoa pelo sucesso na carreira, quem você agradeceria?”, e “De todas as músicas que você compôs, qual a que tem o seu coração?”. Estas perguntas aproximaram a dupla do público, mostraram que os dois corações de Diego & Danimar tem uma história que poucos conhecem.
E graças a essa atitude profissional e racional, resgatamos na entrevista a época em que a dupla sertaneja integrou a programação da Condá FM, num dos horários mais nobres da rádio: das 8h às 12h de sábado. O programa de Diego & Danimar na Condá tinha uma audiência indiscutível, e marcou os fins de semana do final da década de 1980 e do início da década de 1990 de milhares de pessoas.
Foi com a experiência de rádio que, segundo palavras do próprio Diego, a capacidade excelente e técnica de composição da dupla foi forjada, pois, para agradar o público, você tem que lidar com ele primeiro. Com certeza, em algum momento, a dupla cantou uma música no seu programa na Condá que o público não gostou, mas aquele era o momento do laboratório, e tudo valeu a pena. Mesmo não escutando as músicas deles, fico feliz em ter podido contar essa história de uma forma diferente.
Recadinhos
- Moisés Padilha, grande comunicador e amigo, tanto meu quanto do Diego & Danimar, pediu no ar para que eu guardasse a entrevista para a posteridade. Mas ele já tem uma cópia dela, então acredito que ele vai guardá-la melhor do que eu.
- Na tarde de hoje (2), acontece o café com a imprensa da Feira Sabor Colonial, que irá valorizar a agricultura familiar em Chapecó neste fim de semana, no Parque Edir de Marco. Programe-se e faça suas compras de sexta-feira (6) a domingo (8)!
- A jornalista Sonia Giaretta, do Minha Vida Magnólia, publicou na semana passada um excelente artigo falando sobre o que é notícia e o que não é. Hoje em dia, essa reflexão me ajuda muito no dia a dia do jornalismo.
- Uma frase do artigo serve como advertência: “Sem apuração própria, a redação vira uma esteira de replicações, e a notícia vira produto empacotado, sem contexto, profundidade, sem jornalismo”.