sábado, maio 17, 2025
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Bebês reborn: o brinquedo que virou caso de debate no Congresso Nacional

Projeto de lei propõe multa para quem tentar obter benefícios públicos usando bonecas hiper-realistas; entenda o fenômeno que divide opiniões nas redes

Foto: Needpix.com

As redes sociais foram tomadas por uma nova e inusitada polêmica: os bebês reborn — bonecas hiper-realistas que imitam com perfeição recém-nascidos. Enquanto alguns tratam as bonecas como simples colecionáveis ou brinquedos, outros têm criado conteúdo nas redes simulando uma rotina real de cuidados, o que tem gerado discussões acaloradas sobre limites, saúde mental e até uso indevido de benefícios públicos.

A repercussão foi tamanha que o tema chegou ao Congresso Nacional. Um projeto de lei apresentado na Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (15) propõe multa de até 20 salários mínimos para qualquer pessoa que tente obter benefícios — como atendimento preferencial ou vagas especiais — utilizando um bebê reborn.

O texto ainda precisa tramitar pelas comissões, passar por votação na Câmara e no Senado, antes de ser sancionado ou vetado pela Presidência da República.

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Apesar das críticas, não há comprovação de que pessoas estejam, de fato, conseguindo atendimentos pelo SUS ou privilégios em espaços públicos com os bonecos. Muitos dos vídeos que viralizam nas redes são dramatizações com o objetivo de entreter, vender produtos ou aumentar engajamento.

A polêmica ganhou força após o caso da jovem Y.B., de Janaúba (MG), que publicou um vídeo no TikTok levando seu bebê reborn ao hospital. No vídeo, claramente ficcional, ela encena um atendimento médico completo. O conteúdo alcançou mais de 8 milhões de visualizações, gerando desde elogios até comentários ofensivos.

Em meio ao debate, também surgiram críticas sobre o suposto machismo em torno das reações negativas. “Se tem homem de 40 anos colecionando action figures, por que uma mulher não pode brincar com boneca?”, questionou um usuário nas redes.

Segundo Daniela Baccan, sócia da loja Alana Babys, a maioria dos compradores ainda são crianças. “Existem adultos que criam conteúdo, mas são a minoria. Em muitos casos, é uma estratégia para chamar atenção ou vender”, explica.

Os bebês reborn variam de R$ 750 a R$ 9.500, dependendo dos materiais e do nível de personalização. As versões mais sofisticadas possuem mecanismos que simulam batimentos cardíacos, recebem mamadeira e até “urinam”. As mais acessíveis, feitas de vinil, são mais resistentes e voltadas ao público infantil.

Cada boneca pode ser personalizada com cor de pele, olhos, cabelo implantado fio a fio, feições específicas e até sinais de condições genéticas, como a síndrome de Down. Algumas vêm com enxoval completo, certidão de nascimento e cartão de vacinas, como se fossem bebês reais.

O fenômeno dos bebês reborn está longe de ser unanimidade, mas tem aberto um novo debate sobre os limites entre ficção, entretenimento e realidade — e agora, também, sobre legislação.

Veja a orientação do Prefeito João Rodrigues:

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