sábado, maio 17, 2025
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Em entrevista, senador Esperidião Amin fala de prioridades locais e políticas

Parlamentar abordou temas como demarcação de terras indígenas, federação União Progressista e recursos para o HRO

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

No final da tarde desta sexta-feira (16), o senador Esperidião Amin (PP) atendeu ao jornalismo da Condá FM na sala de reuniões do Aeroporto Serafim Enoss Bertaso, em Chapecó, para tratar de diversos assuntos em uma entrevista que atualiza o eleitor sobre as opiniões e ações do parlamentar.

Roteiro no Oeste

Amin foi convidado a palestrar sobre segurança cibernética na Semana S, do Sistema Comércio, que acontece na sexta-feira e no sábado (17), no Parque de Exposições da Efapi: “De vez em quando a gente escuta, né? O gov.br está sendo fraudado, estão pegando a tua assinatura e fazendo coisas. Os voos foram paralisados por um ataque cibernético. Os bancos tiveram prejuízo de R$ 50 bilhões. Os mutuários podem ser roubados. Ataque cibernético acontece a todo momento no mundo. Só que o Brasil é na América Latina, incluindo o México, o país mais atacado, existem danos nos sistemas de saúde, nas finanças, nos bancos, afetando a nossa vida”.

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Esperidião explica seu ponto de vista sobre a magnitude do tema: “Há quanto tempo você não ouve falar em ataque a caixa eletrônico, explosão de caixa eletrônico? Faz tempo, graças a Deus. Assalto a banco? Também faz tempo. Os bandidos desistiram de procurar dinheiro? Não, estão usando outros meios. Em vez de dinamite e arma, ataque cibernético. Com muito mais efeito e muito menos barulho. Exigindo muito mais que a gente se prepare para essa batalha silenciosa que acontece no mundo inteiro e que é cada vez mais sofisticada. Então é muito importante no setor terciário, no setor de comércio, que nós estejamos atentos para soluções cooperativas. Ou seja, associações que contribuam para reduzir esses danos. E eu espero poder trazer alguma contribuição útil, uma vez que estou presidente da frente parlamentar mista, Senado e Câmara, que trata da defesa cibernética. Então essa é a razão primeira de estar aqui”.

Além disso, Amin participa no sábado de reuniões microrregionais em Maravilha e em Xanxerê. Ao citar as reuniões, o senador já dá uma pincelada sobre sua opinião no que diz respeito à federação União Progressista: “Os Progressistas e o União Brasil têm uma raiz comum. Qual é a origem dos progressistas? É o velho PDS. Velho, querido e grande escola política. Eu considero que a melhor escola política de Santa Catarina foi o PDS. E o que é o União Brasil? A sua principal raiz é o PFL, costela que saiu de onde? Do PDS. Portanto, nós temos na raiz uma identidade, eu não posso dizer absoluta, porque não existe nem identidade absoluta entre pessoas, quanto mais entre grupos de pessoas. Nós temos afinidades, temos que estreitar essas afinidades, primeiro dentro da ótica nacional. Esse partido tem 109 deputados federais. Essa federação tem a maior bancada na Câmara, e tem 14 senadores, maior bancada do Senado Federal. Então, temos responsabilidade e temos que crescer no ano que vem. A federação significa disputar as duas próximas eleições em conjunto, não sermos adversários, ou seja, convivermos, coexistirmos e termos planos comuns, jamais planos antagônicos. Pode até estar cada um com seu lado, mas não em lados opostos. O desafio é transformar esse ambicioso projeto político que é a federação em uma contribuição para a política brasileira. Todo mundo sabe que é preciso reduzir siglas. Você escutou alguém defender que o Brasil precisa de mais partidos? Não. Nós estamos dando um exemplo, e vamos ter cada um de nós que superar o seu projeto pessoal para ajudar o país. Se é assim em nível nacional, o mesmo acontecerá na eleição de 2026 em nível estadual. E na eleição de 2028, nas eleições municipais. É um grande exercício de desprendimento, de espírito público que nós vamos ter que desenvolver. Isso é um bom aprendizado e se Deus quiser um bom exemplo para o país”.

Pautas do momento

Para Amin, a pauta imediata de seu trabalho parlamentar é um projeto de decreto legislativo para sustar o decreto do Presidente da República que instituiu, entre outras, a terra indígena de Abelardo Luz: “Isso é um absurdo. Por que é um absurdo? Porque de agosto do ano passado até junho deste ano vai estar em funcionamento uma comissão presidida pelo ministro Gilmar Mendes com a participação do governo federal para se discutir o marco temporal. Eu sou o relator da emenda constitucional do marco temporal. Nós paramos de discuti-la em homenagem à tentativa de um acordo. Nós já temos uma lei do marco temporal. Eu sou o relator da proposta de emenda à Constituição. Você imagina se nós estamos participando de uma negociação através da senadora Tereza Cristina, e o governo através do senador Jacques Wagner, que é o líder do governo. O governo assinou dois decretos: o de Abelardo Luz, e o do Morro dos Cavalos, agredindo a iniciativa do Supremo. Esses decretos do Presidente da República, eu acho que até foi algum assessor mal intencionado que levou para ele. Esses decretos têm que ser sustados”

Esperidião também falou sobre emendas parlamentares: “Estamos agora com uma outra emergência. No dia 23 de maio, devem ser apresentadas as emendas ao orçamento da União de 2025, para todos os parlamentares. O único destaque que nós temos é para a saúde. E nesta saúde eu quero dizer que a primeira emenda que eu estou anunciando é de R$ 1 milhão para o nosso hospital regional de Chapecó. Eu tive a honra de construir o hospital no meu primeiro governo, em meados dos anos 1980, e no segundo mandato tive a possibilidade, tive a graça de instalar aqui o serviço de oncologia mais moderno de Santa Catarina na época, em 2000. Temos pendências em matéria de obras de infraestrutura, especialmente rodoviárias, que nos preocupam, porque o orçamento desse ano é R$ 400 milhões menor do que o do orçamento do ano passado para as BRs. Esse é um esforço, não meu, mas do fórum parlamentar catarinense, cujo coordenador, por sinal, é o deputado Pedro Uczai. E aí, independente de sigla, estamos emparceirados”.

Amin também falou da crise na Universidade Federal da Fronteira Sul: “Aprovei nesta terça-feira um requerimento para que na próxima visita, que é obrigatória do ministro da Educação, à Comissão de Educação, ele debate conosco as dificuldades da UFFS, onde eu tenho recebido manifestações muito responsáveis, por sinal, de alunos, de familiares, a respeito das dificuldades. Falei com o reitor também das dificuldades que existem para preencher os cargos, as funções do magistério em algumas disciplinas estratégicas, especialmente no Campus Chapecó”.

Para o senador, os projetos de lei em votação de interesse nacional que precisam ser tratados com urgência são a da Anistia e a que cria a CPMI do INSS: “Nós temos que apurar essa roubalheira cruel contra o povo do interior e dos arrabaldes, a periferia das cidades, quer dizer, o menos informado. Até ontem (15), tinha ultrapassado 1 milhão de comprovações de fraudes. Sou a favor da CPMI e disse isso ontem no debate com o ministro da Previdência, porque desde que desestruturaram, destruíram a Lava Jato, que o Brasil não teve um exemplo de punição. Você só recebe notícia que fulano foi absolvido, que o outro está devolvendo o dinheiro que ele roubou e entregue para o país. O Brasil só passou a ter má notícia a respeito de combate à corrupção nos últimos meses. Desde que desestruturaram a Lava Jato, o povo brasileiro passou a encarar esse deboche. Não, ele confessou, roubou, chegou até a devolver o dinheiro, mas agora está sendo mandado para casa e o dinheiro vai ser devolvido. Isso é um deboche. Esta CPMI tem como objetivo até lavar a alma, dar dignidade a uma postura que não concorda com a corrupção, especialmente uma corrupção cruel, perversa, como esta que merece uma CPMI. E eu fico satisfeito que alguns senadores do próprio PT já assinaram. O senador Paulo Paim, em um discurso que eu fiz, pediu aparte para dizer que ia assinar. Ele é um veterano, o senador mais longevo, está no quarto mandato. E fiquei sabendo hoje que o líder do PT, o senador Fabiano Contarato, não sei se vai ser expulso, assinou também. Ou seja, é uma indignação completa. Primeiro pela corrupção, segundo pela crueldade da corrupção, pelas pessoas que foram vítimas. Esse um milhão que já mandou o recado via mensagem digital, que comprovadamente foi roubado, cada um desses tem uma história. Que ganha um salário mínimo, estão beliscando lá R$ 50, R$ 60, R$ 100. São pessoas vulneráveis, porque têm pouca informação. No inferno de Dante, que é uma figura literária, o oitavo e o nono porões, são para as piores penas, ou seja, para os que cometeram o pior crime, o hediondo. Esse pessoal que roubou esse dinheiro desse povo merece ir para o oitavo, nono degrau do inferno de Dante”.

Amin quer lutar para que Santa Catarina continue tendo no Oeste um polo de produção de proteína animal: “Tenho muito orgulho de que o início da nossa condição de primeira região da América Latina livre de aftosa sem vacinação é Santa Catarina. Isso é uma conquista de todos nós. Então, fortalecer o sistema da agricultura, da pesquisa na agricultura e repito, educação, saúde e infraestrutura são prioridades não só do meu mandato, mas de Santa Catarina”.

Tensão no PP em SC e Federação União Progressista

Esperidião quer, primeiramente, o diálogo para resolver as demandas por uma convenção partidária do Progressistas em Santa Catarina: “Neste momento, a nossa prioridade é consolidar a federação com vistas a um projeto para 2026. E agora temos que ter a unidade do nosso partido. Eu tenho certeza de que a nossa gente, percebendo essa grande oportunidade, vai procurar demonstrar primeiro a nossa unidade. Eu acho que a convenção não pode ser uma finalidade. A convenção é um meio de fortalecer o partido. Então, o diálogo, a construção do nosso projeto dentro do projeto da federação, eu espero poder ser um grande conciliador nisso aí. Porque se o nosso partido não der prioridade para a nossa unidade, nós vamos perder a grande oportunidade nacional, singular oportunidade nacional que o nosso partido tem”.

Amin reafirma a promessa feita em 2022 que, após a última eleição estadual, não voltaria a ser candidato a governador: “Se puder ter um candidato do meu partido ou da federação, vamos analisar prioritariamente. Nós vamos voltar a ter candidato na chapa presidencial. Se vai ser vice do Bolsonaro ou se vai ser vice de um outro deste grupo que eu quero votar, nós vamos discutir. Nós não vamos discutir agora, primeiro vamos cuidar de consolidar. Quem é o candidato a presidente do União Brasil? Eles têm três candidatos: Pablo Marçal, Ronaldo Caiado e ACM Neto. Pelo Progressistas, os candidatos a presidente são Tereza Cristina e Ciro Nogueira”.

O senador lembra que foi o último candidato a Presidente da República que o Progressistas teve, nas eleições de 1994, e ressalta que sua primeira opção para 2026 ainda é o ex-presidente Jair Bolsonaro: A minha chapa em 2018 era Bolsonaro e Ana Amélia Lemos. Chapa pura do PDS. Não deu certo, mas eu não desisti. Agora nós temos a Tereza Cristina, temos o Ciro Nogueira. São os meus candidatos. Mas e o Bolsonaro? Quero votar nele. Mas primeiro vamos cuidar do nosso partido, da nossa federação. Nesse caso, eu não tenho motivo para esconder a minha preferência, porque o Bolsonaro foi nosso companheiro durante 25 anos. Dos 28 anos de deputado dele, 25 foram no PDS, no PTR, no PPB, no Progressistas. Ele saiu em 2018, foi nosso companheiro. Votar no Bolsonaro era votar no nosso partido. Ah, mas ele estava no PSL… Não tem nenhuma importância. É o DNA que conta”, conclui Amin.

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