
O solo é a base para o desenvolvimento de uma nação, pois se trata de um importante local para armazenamento de água para reabastecer o lençol freático, os aquíferos, poços, fontes e rios, além de reter água para as plantas absorver ao longo do tempo, tem a capacidade de reter nutrientes para que as plantas os absorvam conforme sua demanda e ciclo de desenvolvimento, é o local de produção dos alimentos que consumimos ao longo da evolução dos seres humanos, e um dos mais importantes reservatórios de carbono, ou seja, o solo é capaz de promover o sequestro de carbono da atmosfera, contribuindo para minimizar o efeito estufa.
Para que o solo nos dê todos esses benefícios é fundamental que façamos um bom manejo do solo, o que parte do princípio da adoção de práticas conservacionistas, ou seja, práticas e manejos que preservam e potencializam as boas características do solo, ou seja, que preservam sua estrutura, atividade biológica, capacidade de reter água e nutrientes e de produzir alimentos em quantidade e qualidade.
Uma das mais importantes práticas conservacionistas que a agricultura Brasileira realiza é denominada de Sistema de Plantio Direto, trazido dos Estados Unidos para o Brasil por Hebert Bartz no início da década de 70. Trata-se de um sistema que visa a mobilização do solo somente na linha de semeadura da cultura, evitando a exposição do solo às intempéries, a adoção da rotação de culturas e a manutenção da cobertura permanente do solo, ou seja, realizar o cultivo de diferentes famílias de plantas ao longo do ano ajuda a estimular a vida no solo e a manter o solo coberto pela cultura durante o seu ciclo e também pelos resíduos vegetais deixados sobre o solo.
A adoção desses 3 princípios de manejo conservacionista regrados pelo Sistema de Plantio Direto promove a redução do processo erosivo e da exposição do solo a radiação solar e calor excessivo, assim, em períodos de chuvas intensas a cobertura funciona como guarda-chuva, reduzindo o impacto das gotas e com isso redução da perda de solo e água por escoamento superficial, pois há maior infiltração de água, além de que, no período de calor excessivo a cobertura funciona como guarda-sol, evitando o superaquecimento do solo e prejuízos ao desenvolvimento das plantas e da biodiversidade do solo, além de reduzir a perda de água por evaporação.
Outra função ambiental importante do solo é o sequestro de carbono que ocorre através do cultivo de plantas, as quais fazem fotossíntese, ou seja, retiram gás carbônico (CO2) da atmosfera, produzem raízes, folhas caules, colmos e frutos, e quando as plantas são colhidas, preserva-se os resíduos vegetais sobre o solo e as raízes dentro do solo, os quais serão decompostos por microrganismos, deixando no solo matéria orgânica. Quanto maior o teor de matéria orgânica no solo, mais carbono é sequestrado, ou seja, menos CO2 na atmosfera. A matéria orgânica permite o solo reter mais água e nutrientes, promove a agregação e estruturação e maximiza a vida no solo, ou seja, aumenta a atividade biológica, contribuindo para se ter um solo saudável.
Portanto, é fundamental realizarmos um bom manejo do solo adotando práticas conservacionistas, em especial, o Sistema de Plantio Direto, o que permitirá termos mais água na bacia hidrográfica e produção de alimentos em quantidade e qualidade, afinal, tudo vem do campo.
Continua na próxima edição.
Anderson Clayton Rhoden.
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Professor no Curso de Agronomia da Uceff.
Engenheiro Agrônomo.
Mestre em Ciência do Solo.
Doutor em Agronomia.
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