Fonte: Curso de Ciências Econômicas e o Observatório Pollen da Unochapecó
Aumento generalizado no Cesto Básico
O custo do Cesto Básico em Chapecó aumentou 1,77% no mês de abril de 2025, exigindo R$ 2.738,70 para a aquisição dos 60 itens analisados. O impacto no orçamento é evidente: uma família com renda entre 1 a 5 salários-mínimos passou a necessitar de 1,80 salários-mínimos para manter o padrão de consumo, valor superior aos 1,77 salários-mínimos requeridos em março.
Isso representa uma diferença de R$ 47,62 a mais em relação ao mês anterior, o que compromete ainda mais o poder de compra das famílias chapecoenses.
Tomate, açúcar e creme dental lideram os aumentos
Os maiores vilões da alta foram o tomate, com aumento de 52,69%, e o açúcar, que subiu 42,93%. Ambos refletem variações nacionais, influenciadas por clima desfavorável nas lavouras e aumento da demanda global.
No setor de higiene, o creme dental teve alta de 53,5%, seguido pelo desodorante (23,6%) e o sabonete (26,45%), pressionando os preços dos produtos não alimentares, que cresceram 13,96% no mês.
Quedas nos alimentos in natura amenizam impacto
Apesar da alta geral, produtos in natura apresentaram forte queda. Batata inglesa (-27,36%), cebola (-27,98%), cenoura (-26,58%) e alho (-25,52%) tiveram significativa redução, em decorrência de boa safra e menor demanda pontual. No entanto, o grupo de alimentos in natura ainda é altamente sensível ao clima, o que torna seus preços instáveis.
Cesta Básica sobe quase 6%
A Cesta Básica, composta por 13 itens essenciais, também ficou mais cara. O aumento foi de 5,89%, passando de R$ 601,74 em março para R$ 637,15 em abril. Para comprá-la, o consumidor agora precisa de 0,42 salários-mínimos, frente aos 0,396 salários-mínimos no mês anterior.
Entre os itens que mais influenciaram essa alta estão o tomate (52,69%), o açúcar (42,93%) e o café moído (5%). Já os ovos apresentaram queda de 1,18%, refletindo a sazonalidade.
Serviços tarifados e ICMS aliviam gás de cozinha
Os serviços tarifados recuaram 0,67%, puxados pela leve redução no preço do gás de cozinha (-2,16%), impactado pela redução do ICMS. Já a energia elétrica e a água mantiveram os mesmos valores.
Pressão inflacionária segue tendência nacional
Os dados do boletim de Chapecó refletem o cenário nacional. O IPCA de março teve aumento de 0,56%, a maior inflação para o mês desde 2003, impulsionada principalmente pelos alimentos. O comportamento observado na cidade alinha-se à tendência inflacionária do país, especialmente nos produtos de maior sensibilidade climática e industrializados.
