sábado, abril 19, 2025
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A solução do gargalo do SUS está na rede privada?

Confira a coluna do jornalista André de Lazzari

Foto: ClicRDC

Ouça a coluna:

O Caso João Maria, que se refere ao homem que morreu enquanto aguardava resultados de exames no Hospital Regional do Oeste na última sexta-feira (11), segue rendendo diversos comentários; e para colaborar com a discussão, a newsletter The News publicou hoje (15), dados sobre um novo modelo para reduzir as filas do SUS que está sendo estudado pelo Governo Federal: trocar dívidas de hospitais e operadoras com a União por cirurgias e exames realizados na rede privada.

A proposta faz parte da reformulação do programa Mais Acesso a Especialistas, lançado há um ano, mas que não saiu do papel. A nova gestão do Ministério da Saúde, com Alexandre Padilha, quer que a iniciativa vire marca do terceiro mandato de Lula (PT). O plano prevê parcerias com o setor privado para realização de procedimentos; contratação de equipes médicas e ampliação de mutirões fora da rede pública.

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O problema vem de longa data. Em janeiro, 5,7 milhões de pessoas estavam na fila do SUS. A espera por uma consulta chegou a 57 dias, em média, um recorde. Em Santa Catarina, a média ficou ainda maior: 78 dias. A maior média nacional ficou com o Distrito Federal. Por lá, a espera média por uma consulta chega a 150 dias. Os estados com menor espera por consulta estão na região Nordeste: Piauí, com 10 dias; Bahia, com 12 dias; Alagoas, com 13 dias; e Maranhão, com 17 dias.

A ideia é acelerar os atendimentos e dar visibilidade à ação federal. No Planalto, há o receio de que, sem medidas fora da estrutura tradicional do SUS, o crédito político vá para estados e municípios, responsáveis pela maior parte da gestão da saúde. Atualmente, 84% da população brasileira é usuária exclusiva do SUS, que está se tornando referência para os gringos, e servindo de inspiração para futuras reformas no sistema de saúde britânico, que também é universal, e considerado o “primo rico” do Sistema Único de Saúde brasileiro.

Trazendo esse panorama para o contexto regional, e entendendo que a taxa da população local que depende exclusivamente do SUS é menor do que a média nacional, devido ao atendimento que a Unimed presta a grandes empresas de Chapecó, é necessário pensar numa alternativa que integre também clínicas não-cooperadas e de outros planos de saúde numa possível mobilização de atendimento via SUS na rede privada. Quem tem dor, tem pressa, e as complicações que vemos são cada vez maiores em nossos hospitais públicos.

Recadinhos

  • Novos detalhes sobre o Caso João Maria: conforme entrevista presencial que fiz com uma fonte do HRO, a sindicância instalada no hospital está tendendo para uma conclusão de negligência médica no atendimento.
  • Novas políticas de bem-estar das equipes médicas do HRO estão sendo implantadas pela nova diretoria: mudança nas cargas horárias, turnos e implantação de plano de carreira para vários setores do hospital.
  • O secretário de Estado da Saúde, Diogo Demarchi, estará em Chapecó no dia 23 de abril para conversar com o setor de Urgência e Emergência e a diretoria do HRO para encaminhar novas ações a fim de resolver a situação do Pronto Socorro.
  • Nesta Sexta-feira Santa (18) também é celebrado o Dia Nacional do Livro Infantil. Você pai, mãe ou responsável, poderia trocar o chocolate da Páscoa por um livro de presente para o seu filho, o que acha?
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