terça-feira, abril 1, 2025
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OPINIÃO | Advocacia: a mais romântica das profissões

Confira a opinião de Iago Spada, advogado e escritor:

Foto: Divulgação

Volta e meia ao andarmos pelas ruas de nossa cidade nos deparamos com os símbolos usuais do Direito, escritórios e mais escritórios de advocacia desenham as suas fachadas com balanças, espadas, especializações e demais adornos honoríficos da profissão. Nós advogados temos símbolos e o principal deles com certeza é a deusa Themis de olhos vendados segurando uma balança numa mão e a espada na outra, demonstrando assim, num objeto completo de que a justiça precisa agir com isonomia, razão e força.

Quisera o destino que eu carregasse em meu sobrenome um desses símbolos, fato curioso e peculiar, mas não sou vaidoso, é apenas uma coincidência, nada mais que isso.

O presente não é fácil para a figura do advogado, se em idos tempos falávamos apenas sobre determinado processo ou dúvida jurídica, atualmente temos que nos movimentar fora dele, explicando o próprio direito a quem não é do ramo. Com a ascensão política de órgãos jurídicos, a sociedade passou a ver a justiça e a política como um entretenimento e viu em processos judiciais famosos, que era possível discutir estes assuntos sem ser advogado ou estar em mandato eletivo, inflando inclusive uma maior aderência do povo ao papel de cidadão.

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Nós advogados, hoje, também exercemos um papel tal qual um ombudsman ou até mesmo comentaristas de decisões de órgãos superiores. Não nos limitamos mais a atuar em processos e não raro, somos questionados por alguém para opinar sobre determinada decisão judicial, ou então “que viu na TV que uma lei A ou B irá mudar” e o que achamos disso.

Se juízes ou promotores se enclausuram nas suas torres de marfim, nós advogados estamos diante do povo, ora explicando, ora argumentando, ora debatendo. Muitas vezes jogando água na fogueira, ou então gasolina, afinal na era da informação somos confrontados a todo momento com dados e perguntas.

Sofocleto escreveu que o bom do juízo final é que será sem advogados. Eu? Em defesa de causa própria não concordo, mas entendo a pitada ácida da frase. Os advogados não têm o condão de apenas dar boas notícias ao cliente, em verdade quase sempre habitamos memórias positivas ou negativas de alguém, que varia conforme o resultado da sentença de um magistrado.

Nosso trabalho segue e seguirá, sendo indispensável para a administração da justiça, reconhecidos ou não como os interlocutores e instrumentos do direito, afinal se não existissem pessoas más, não haveriam bons advogados.

Iago Spada, de 32 anos, é advogado formado pela Unoesc e escritor. Ele é autor da obra “Não odeie política”, onde aborda temas inerentes a importância da participação política na sociedade.

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