quarta-feira, março 12, 2025
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Clic Saúde: Rinossinusite no verão – entenda os fatores de risco e como se proteger

Saiba mais informações com Dr. Matheus Moschetta | Otorrinolaringologia

Foto: Dr. Matheus Moschetta

Embora a rinossinusite seja mais comum durante o inverno, o verão também apresenta fatores que podem desencadear ou agravar essa condição inflamatória dos seios paranasais. O otorrinolaringologista Dr. Matheus Moschetta, explica que, apesar de as infecções virais serem mais frequentes nos meses frios devido à maior circulação de vírus respiratórios, o clima quente e hábitos típicos do verão podem afetar a saúde nasal de forma significativa.

“A mucosa nasal é uma barreira natural de defesa do organismo, responsável por filtrar partículas do ar, umidificar as vias respiratórias e proteger contra agentes infecciosos. Quando há alterações bruscas de temperatura, exposição prolongada ao ar seco ou contato com substâncias irritantes, essa barreira pode ser comprometida, facilitando a inflamação e a proliferação de micro-organismos”, explica o médico.

O uso frequente de ar-condicionado é uma das principais causas de desconforto nasal no verão. De acordo com um estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP), pessoas que permanecem por longos períodos em ambientes climatizados apresentam até 40% mais queixas de congestão nasal e irritação das vias aéreas em comparação àqueles que ficam em locais bem ventilados. Além disso, filtros de ar sujos podem acumular poeira, ácaros e fungos, desencadeando reações alérgicas e favorecendo infecções respiratórias.

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A climatização reduz a umidade do ambiente e pode ressecar a mucosa nasal, tornando-a mais propensa a inflamações. “Ambientes fechados e com ar-condicionado favorecem o ressecamento da mucosa e, em alguns casos, podem aumentar a produção de muco espesso, dificultando a drenagem adequada dos seios da face e levando ao acúmulo de secreções”, alerta Dr. Matheus Moschetta.

Viagens e mudanças de temperatura: um impacto invisível na saúde nasal

Viagens aéreas, comuns no período de férias, também merecem atenção. A baixa umidade relativa do ar nas cabines das aeronaves pode ressecar as vias respiratórias, predispondo os passageiros a desconfortos nasais e possíveis infecções. Mudanças bruscas de temperatura, como transitar entre ambientes com ar-condicionado e o calor externo, podem afetar a mucosa nasal, favorecendo processos inflamatórios.

Atividades recreativas também podem influenciar na ocorrência de rinossinusite. Embora o mergulho em piscinas ou no mar não seja um fator determinante, a exposição prolongada à água tratada com cloro pode causar irritação na mucosa nasal, especialmente em pessoas sensíveis, aumentando a predisposição a inflamações.

Sintomas que merecem atenção

De acordo com o médico, a rinossinusite pode ser confundida com um resfriado comum, mas alguns sinais ajudam a diferenciá-la. Os principais sintomas incluem congestão nasal persistente, secreção nasal espessa e amarelada, dor ou pressão facial (especialmente ao redor dos olhos e da testa), tosse persistente, em alguns casos, febre e fadiga. Quando esses sintomas continuam por mais de 10 dias ou pioram após uma leve melhora, é essencial buscar avaliação médica.

“Um erro comum é negligenciar os primeiros sinais da rinossinusite, o que pode levar a um quadro mais severo e prolongado. Em casos crônicos ou recorrentes, o

tratamento pode exigir medidas mais específicas, como uso de corticosteroides nasais ou, em situações mais graves, avaliação cirúrgica para correção de fatores anatômicos que predispõem às infecções”, ressalta.

Medidas preventivas para um verão sem complicações

A melhor forma de evitar crises de rinossinusite no verão é adotar medidas que protejam a mucosa nasal e reduzam os fatores de risco. Entre as principais recomendações estão:

Hidratação constante: ingerir líquidos ao longo do dia ajuda a manter a umidade da mucosa nasal, favorecendo a proteção contra agentes infecciosos.

Higienização nasal regular: o uso de soro fisiológico ou soluções salinas evita o acúmulo de secreções e partículas irritantes.

Controle do uso de ar-condicionado: manter a temperatura entre 22°C e 24°C, evitar exposição direta ao fluxo de ar e realizar a manutenção dos filtros regularmente.Evitar mudanças bruscas de temperatura: sempre que possível, dar um tempo de adaptação ao corpo antes de sair de um ambiente frio para um local quente.

Cuidar da imunidade: alimentação equilibrada, sono de qualidade e prática regular de atividades físicas contribuem para um sistema imunológico mais resistente.

Se os sintomas persistirem ou se tornarem frequentes, é fundamental buscar avaliação médica. O tratamento adequado pode prevenir complicações e garantir que o paciente aproveite o verão sem desconfortos respiratórios.


Dr. Matheus Moschetta
@drmatheusmoschetta
Natural de Chapecó – SC
Graduado em medicina pela Pontificia Universidade Católica do Paraná no ano de 2000.
Residência médica em Otorrinolaringologia nos Hospitais da PUC-PR – Santa Casa de Misericórdia de Curitiba/Hospital Universitário Cajuru (Marcelino Champagnat) em 2004.
Estagio complementar em Rinoplastia/ Cirurgia sinusal/base crânio na Universidade De Insubria/ Varese – Itália.
Professor de Otorrinolaringologia do curso de Medicina da Unochapecó desde 2009.
CRM 9426 – RQE 13264

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