
O nome Frei Gilson tem sido um dos mais comentados na internet desde a última quarta-feira de cinzas, quando ele começou sua sequência de lives. Conforme a newsletter The News, desde a quaresma passada, o sacerdote da Igreja Católica ficou conhecido por rezar o Rosário às quatro da manhã, despertando milhares de fieis bem antes do sol nascer.
Neste ano, a prática, apesar de estar atraindo quase 1,3 milhão de pessoas nesta madrugada, tem incomodado algumas pessoas na internet, que criticam o Frei por frases e pensamentos considerados machistas. Com 7,6 milhões de seguidores no Instagram e 6,5 milhões de inscritos no YouTube, o sacerdote já é o maior da categoria na internet. Um dos últimos podcasts que ele fez soma quase 7 milhões de visualizações.
Entretanto, o que deveria ser motivo de alegria para a comunidade católica em todo o país, diante da resposta de muitas pessoas ao chamado de consagração e reflexão, foi, como praticamente tudo no Brasil, politizado de maneira ridícula, vexatória e indignante. Para se ter uma ideia, o The News conseguiu compilar e dividir entre esquerda e direita as opiniões emitidas nas redes sociais sobre Frei Gilson:
A esquerda critica a influência política do Frei e o associa ao bolsonarismo. Alguns até o relacionam com a investigação de golpe de estado, sendo que ele sequer é citado ali. Além disso, frases como “O chefe da casa é o homem. A mulher nasceu para auxiliar o homem” têm sido duramente criticadas nas redes. Outras falas mais antigas também foram resgatadas, como um discurso de 2021 falando sobre o “perigo do comunismo”.
Na direita, figuras como Nikolas Ferreira (PL), Tarcísio de Freitas (REP) e até Jair Bolsonaro (PL) saíram em defesa do Frei, alegando que ele está sendo perseguido pela esquerda por mobilizar cristãos. O deputado federal mineiro, por exemplo, disse que o motivo das críticas é um só: “odeiam Cristo”. Seus apoiadores afirmam que certos cortes nas redes sociais são maldosos e tirados de contexto.
Subentende-se que as falas de cunho moral proferidas por Frei Gilson não devem ser politizadas, pois, apesar dos dois lados do espectro político terem opiniões diferentes sobre o papel da mulher na família, por exemplo, a Bíblia tem apenas uma opinião, e que no cristianismo é considerado uma regra. Portanto, a análise precisa ser teológica, não política.
No que diz respeito ao comunismo, a fala do Frei remete à perseguição que os cristãos sofrem em países onde a cultura comunista exerce o poder, a exemplo da Coreia do Norte. Uma “meia exceção” é Cuba, que apesar de ser um país comunista, é bem mais flexível à pregação sobre Jesus Cristo em comparação com 30 anos atrás. Aqui não se fala de mera política, e sim de um direito humano ao exercício do culto e da religião. Aqui falamos de liberdade!
O Brasil é o país que tem o maior porcentual do mundo de habitantes que acreditam em Deus, 89%. Entretanto, quase um terço dos religiosos tem uma crença diferente da que professavam quando crianças, e suspeito que sejam ainda menos aqueles que levam o cristianismo como uma prioridade de vida, independentemente do que fazem da vida. Portanto, a única coisa que peço é: deixem esses 1,3 milhão de pessoas rezarem em paz!
Recadinhos
- Em Chapecó, o vereador Cleiton Cesar (PP) protocolou uma moção solicitando um estudo para instalação de uma base do Corpo de Bombeiros no Distrito de Marechal Bormann.
- O vereador André Pagnussat (REP) propôs um projeto de lei para criar o Programa de Segurança Digital Infanto-Juvenil, com criação de material didático e a promoção de palestras, cursos e campanhas de mídia sobre o tema.
- O vereador Fernando Cordeiro (PL) também propôs um projeto de lei para instituir o mês municipal das doenças raras e reconhecer o último dia de fevereiro como Dia Municipal das Doenças Raras.
- Nenhum destes documentos ainda foi votado. Cleiton protocolou sua moção e André protocolou o projeto de lei no dia 5 de março, e Fernando propôs a sua legislação no dia 26 de fevereiro.
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