quinta-feira, março 6, 2025
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Estado laico não quer dizer Estado intolerante

Confira a coluna do jornalista André de Lazzari

Foto: ClicRDC

Ouça a coluna:

Vamos repercutir a opinião dos internautas sobre a coluna de ontem (5), que abordou o projeto de lei do deputado estadual Jair Miotto (União Brasil) que propõe ao Poder Público Estadual manter exemplares da Bíblia Sagrada nas unidades escolares e autorizar a doação de exemplares da Bíblia por pessoas físicas e jurídicas do Estado.

O primeiro ponto levantado nos comentários foi a defesa do Estado laico, ao qual me somo. Entretanto, precisamos entender o que é esse conceito: conforme a Gemini, inteligência artificial do Google, um Estado laico é aquele que separa o Estado da religião, não privilegiando nenhuma crença. Entretanto, por ser laico, esse Estado deve proteger a liberdade religiosa de cada cidadão, e entendo que a disponibilização de bíblias nos educandários é uma forma de proteger essa liberdade, que vem sendo atacada.

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Internautas defenderam sua posição contra a lei argumentando que lugar de Bíblia não é na escola, e sim em casa e nas igrejas. Como falei ontem, uma atitude dessa desmerece a função histórica, geográfica e cultural do livro sagrado. Quem defende o projeto chega a ser ácido nos comentários, qualificando quem acha que a Bíblia é apenas um livro, e não a Palavra Viva de Deus, de “irracionais”. Entretanto, baixar o nível não é algo que vejo na Bíblia.

Um argumento que agrega ao debate, e que foi levantado por vários internautas, é a ampliação da legislação e o tratamento equitativo para outros livros religiosos, como os escritos espíritas, a bíblia satânica, o livro dos Mórmons, o Alcorão, entre outros. Não acredito que isso prosperará na Assembleia Legislativa, visto que estamos tratando de religiões minoritárias, que não chegam a ser praticadas por 15% dos catarinenses, e isso somando ateus e agnósticos.

Faço minhas as palavras do internauta Lucas Alves: “O cristianismo, goste ou não, influenciou a base moral da civilização ocidental. Colocar isso no mesmo nível de algo que foi criado só para confrontar essa moral é forçar demais. Sobre a Igreja no passado, claro que tiveram erros, mas julgar o cristianismo inteiro por isso é a mesma coisa que culpar a ciência pelos erros dos cientistas ao longo da história. Se for assim, teríamos que cancelar quase tudo que usamos hoje”.

A defesa do uso da Bíblia nos educandários não é algo medieval, intolerante ou cafona, e sim um pedido sincero e cidadão do cumprimento constitucional da função do Estado laico. Do contrário, ele corre o risco de se colocar intolerante à religião majoritária dos brasileiros, e promover a intensificação das agressões a pessoas de outras religiões, que vêm sofrendo com a intolerância há tempos, principalmente nos cultos afro-brasileiros. Este não é um pedido de inquisição, é a reivindicação de um direito.

Recadinhos

  • Lucas Alves trouxe excelentes reflexões sobre o tema: “Não podemos esquecer dos regimes totalitários do século XX, que mataram milhões em nome da ciência e da política”.
  • “Milhares de casos de suicídio, onde os males emocionais são as piores doenças do século, isto porque estamos na idade das ‘luzes’. Enfim, podemos refletir e ver que o problema nunca foi a religião em si, mas o que as pessoas fazem com o poder”.
  • “Está comprovado que os princípios bíblicos, quando são aplicados de forma responsiva e fidedigna, transformam as nações”.
  • “Os direitos humanos, os direitos civis, e tantos outros benefícios sociais tem como base a Bíblia Sagrada (…) A Bíblia é mais atual que o jornal que sairá amanhã”.
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