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A reunião de diretoria da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) da última sexta-feira (31) teve um presidente Mauro Cezar de Aguiar impaciente e protestante com a situação do país, que faz com que o setor já tenha perdido a paciência com os órgãos federais. Conforme a fala do industriário, a principal pedra no sapato da indústria catarinense é a situação fiscal do Brasil.
A fala de Mauro não parece ser de alguém que faz parte do setor que mais será beneficiado pela Reforma Tributária: “É um equívoco buscar o equilíbrio das contas públicas aumentando os tributos, ou fazendo manobras orçamentárias. O governo deveria realizar um choque de gestão, com corte drástico das despesas, para evitar a paralisia futura da economia”. Se essa paralisia ocorrer, muito será pela forte oneração futura do setor de serviços, amigo!
Para Aguiar, o desequilíbrio fiscal é um dos componentes da alta na inflação, e já se reflete na confiança dos industriais, não só dos catarinenses, mas de todo país, como mostra pesquisa da Confederação Nacional da Indústria: “A baixa credibilidade do governo, pela falta de compromisso com a redução de gastos, obriga o Banco Central a subir cada vez mais os juros e afetará gravemente a economia”.
Aguiar também cutucou o STF: “O órgão máximo do Judiciário não pode extrapolar suas funções, avançando sobre atribuições do Legislativo. Além disso, deveria se manifestar apenas nos autos dos processos, sem buscar holofotes”. Por fim, ele se manifestou sobre a relação do Brasil com os Estados Unidos: “Ao Executivo cabe buscar o diálogo com nosso principal parceiro comercial, de forma pragmática. Acima da ideologia, precisam estar os interesses do País”. Manifestações contundentes que passam para a análise da população.
A mulher sábia edifica o seu país
Mais uma vez as tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, viraram assunto no noticiário internacional, com todo o impacto no jogo da geopolítica. Mas, desta vez, há um detalhe: o México conseguiu uma pausa. Por um mês, pelo menos. Segundo a newsletter The News, a presidente mexicana Claudia Sheinbaum e Trump fecharam um acordo para dar um tempo nas tarifas que o republicano queria impor ao país vizinho.
O México vai reforçar a fronteira com 10 mil membros da Guarda Nacional para conter o tráfico de drogas e a migração irregular. Os EUA, por sua vez, prometeram ajudar a barrar o tráfico de armas pesadas para o México. No pacote, também entraram duas novas mesas de negociação entre os governos: uma sobre segurança e outra sobre comércio. O acerto veio depois que o Canadá resolveu subir o tom e revidar, aplicando uma taxação de 25% sobre produtos americanos.
Enquanto o Canadá aposta na estratégia de contra-ataque e incentivo à produção nacional, Sheinbaum preferiu manter o canal diplomático aberto, enfatizando que preservar o acordo comercial com os EUA é mais benéfico para o México. O interessante dessa história é saber que tanto Justin Trudeau, primeiro-ministro do Canadá, quanto Sheinbaum, são de esquerda, mas quem mais percebeu a necessidade da parceria com os Estados Unidos foi a mexicana, e de forma muito sábia. Abrem-se as portas para um acordo duradouro.
Recadinhos
- Hoje (4) será definido quem será o líder da minoria na Câmara dos Deputados. Como adiantado pelo jornalismo da Condá FM, a deputada federal Caroline de Toni (PL-SC) pode ser a escolhida após a cassação de Carla Zambelli (PL-SP).
- O programa Sala de Debates da Condá FM de hoje recebeu o prefeito de Cordilheira Alta, Wilson da Silva (MDB), que ganhou de Clodoaldo Briancini (PSD) por ampla margem nas eleições do ano passado.
- Ao chegar na rádio com parte da equipe de governo, comentou que a Prefeitura havia sido visitada pelo Gaeco pouco depois das 6h. Imediatamente consultei a assessoria do Ministério Público e confirmei a informação.
- Se tratava da segunda fase da Operação Unidade Móvel, que cumpriu 50 mandados em 27 municípios catarinenses. A investigação apura fraude em licitações públicas e associação criminosa envolvendo a saúde pública desses municípios.