A economia brasileira apresenta sinais evidentes de desaceleração, com projeções indicando um crescimento menor em 2025. O Produto Interno Bruto (PIB) deve passar de 3,3% em 2024 para 2,5% no próximo ano, conforme apontado por análises governamentais e internacionais. Embora o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) tenha registrado leve alta de 0,1% em novembro de 2024, especialistas alertam que o dado não altera a tendência de desaceleração.
Setores estratégicos sob Ppressão
O setor de serviços, que responde por uma fatia significativa do PIB, apresentou retração em novembro de 2024 após crescimento expressivo de 1,4% em outubro. Essa oscilação reforça a percepção de enfraquecimento econômico no último trimestre do ano.
Simultaneamente, a economia global tem influenciado negativamente o Brasil. A queda na demanda externa e o aumento do protecionismo em grandes mercados, como os Estados Unidos, impactaram exportações e a competitividade de produtos nacionais.
Principais fatores da desaceleração
- Política fiscal desafiadora: O aumento dos gastos públicos e a crescente dívida têm gerado desconfiança entre investidores. A desvalorização do real – que caiu mais de 20% em 2024, atingindo 6,18 reais por dólar – está entre os reflexos diretos desse cenário.
- Altas taxas de juros: Para conter a inflação, o Banco Central elevou os juros para 10,5% em 2024, o que encareceu o crédito e desestimulou investimentos e consumo.
- Cenário internacional desfavorável: A desaceleração econômica global, aliada à redução da demanda por commodities brasileiras, pressionou ainda mais o desempenho do país.
Impactos no cotidiano e na economia
- Mercado de trabalho: Apesar da desaceleração, o Brasil fechou 2024 com a menor taxa de desemprego em mais de uma década, 6,1%. Contudo, a qualidade dos empregos gerados, em grande parte informais, permanece uma preocupação.
- Inflação e poder de compra: A inflação anual de 4,71% foi a mais baixa em quatro anos. Entretanto, a desvalorização cambial e desafios fiscais continuam pressionando os preços e reduzindo o poder de compra das famílias.
- Confiança do investidor: Incertezas fiscais e volatilidade cambial afastaram investidores, resultando em quedas no mercado de ações e aumento nos custos de empréstimos.
Medidas e perspectivas
Para mitigar os impactos, o governo aprovou um pacote de ajuste fiscal. A proposta busca controlar a dívida pública e recuperar a confiança do mercado. No entanto, especialistas ponderam que o sucesso dependerá da capacidade de equilibrar austeridade fiscal com estímulos ao crescimento.
Começando 2025, o Brasil enfrenta um cenário desafiador que demandará ações consistentes e confiança mútua entre governo e mercado. Os desafios internos e externos exigem estratégias que equilibrem rigor fiscal e estímulo econômico para garantir uma retomada sustentável.