O que Lula e Bolsonaro têm em comum? O sigilo de 100 anos. Motivo de fortes críticas ao ex-presidente há dois anos, o atual repetiu o feito do antecessor e manteve a imposição de sigilos de um século aos gastos ocultos do cartão corporativo. Essa é uma das coisas mais reprováveis que existem quanto o assunto é transparência dos gastos públicos no Brasil.
Na época das eleições, Lula chegou a dizer em um dos debates: “Tudo é motivo de sigilo, tudo é motivo de sigilo. Você sabe que isso tem perna curta porque vai acabar. Eu vou ganhar as eleições e quando chegar o dia 1º de janeiro [de 2023], eu vou pegar o seu sigilo e vou botar ao povo brasileiro saber por que você esconde tanta coisa. Afinal de contas, se é bom, não precisa esconder.”
Acontece que, segundo a newsletter The News, de janeiro de 2023 a dezembro de 2024, mais de 3 mil pedidos via Lei de Acesso à Informação foram negados com base em sigilo de dados pessoais. Isso representa um aumento de 8,4% em relação às 2.959 negativas registradas no mesmo período do governo de Bolsonaro.
Lula também gastou quase 10% a mais que Bolsonaro, quando comparamos os dois primeiros anos de governo dos dois. A fatura do presidente passou de R$ 1,5 milhão por mês, conforme dados divulgados pelo jornal O Globo. Jamais saberemos quanto desse dinheiro foi gasto por Janja, por Lula, por Bolsonaro, por Michelle ou por terceiros que possam ter usado o cartão. No combate à corrupção, o exemplo não vem de cima, e não é de hoje.
Repercussões sobre a situação do PS do HRO
A coluna de segunda-feira (6) abordou sobre a demora no atendimento do Pronto Socorro do Hospital Regional do Oeste (HRO). Nos comentários da coluna, tivemos um apelo importantíssimo: valorização dos profissionais da saúde. Se o médico é bem pago, a vaga tem disputa e a qualidade do atendimento tende a melhorar. Concordo plenamente com os internautas que ressaltaram a péssima saúde mental que boa parte destes profissionais atualmente enfrenta.
Outro ponto levantado foi o aumento da demanda de atendimento por parte da população imigrante da região. Temos cerca de 25 mil imigrantes morando em Chapecó, e outros 30 a 40 mil no resto da área de abrangência do HRO. Leitores temem que, em breve, o SUS terá mais pacientes imigrantes do que nativos, o que é algo impossível. Além da ampliação da infraestrutura em saúde para atender essa demanda, deve-se discutir o acesso à saúde privada por parte dos imigrantes que, mesmo sendo poucos, já podem procurar o serviço.
Recadinhos
- A campanha ‘Ajude o Claude’ segue arrecadando fundos para a reabilitação de Claudenir de Morais, vítima de um acidente de trabalho em 5 de novembro do ano passado. As doações podem ser feitas pelo site vaka.me/5202451.
- Percebi por alguns comentários à coluna de ontem (7), sobre o estacionamento rotativo de Chapecó, que o pessoal não prestou atenção no texto. Ali cito nome, sobrenome e cargo dos que moveram a ação popular contra a Prefeitura.
- Apesar do título da coluna ter pedido calma aos motoristas, pelo teor das participações dos leitores, já tem muita gente nervosa. Continua a desconfiança no novo sistema e o pessimismo quanto à instalação de uma nova “indústria da multa”.
- Outros internautas foram muito inteligentes em convidar a comunidade a comprar nos comércios de bairro para escapar do pagamento de estacionamento. Concordo plenamente. Visite as lojas da sua comunidade! Acredite no comércio local!