A Polícia Civil e o Ministério Público de Santa Catarina investigam suspeitas de corrupção em obras de reconstrução de postos de saúde danificados pelas enchentes que atingiram o estado em julho deste ano. De acordo com os órgãos, há indícios de superfaturamento e irregularidades em contratos firmados com empresas responsáveis pelos reparos.
O delegado responsável pela investigação, Marcos Pereira, afirmou que as apurações começaram após denúncias anônimas e análise preliminar dos contratos. “Identificamos sinais de sobrepreço em diversas licitações e também possíveis vínculos entre empresas contratadas e agentes públicos”, declarou.
Até o momento, cinco cidades catarinenses estão no foco da investigação. Nas localidades, postos de saúde que foram danificados pelas enchentes permanecem sem condições de atendimento, mesmo após meses do início dos trabalhos de recuperação. “Estamos verificando se houve execução parcial das obras ou se o dinheiro foi desviado”, explicou o delegado.
Os danos causados pelas enchentes foram severos, deixando dezenas de unidades de saúde inutilizáveis. Para acelerar os reparos, o governo estadual adotou procedimentos emergenciais para a contratação das empresas. No entanto, esse processo pode ter facilitado fraudes, segundo os investigadores.
A Secretaria de Saúde do estado informou que está colaborando com as investigações e que todos os contratos foram realizados conforme a legislação vigente. Em nota, o órgão destacou que “prioriza a transparência e o cumprimento de todas as normas nos processos de reconstrução”.
A investigação segue em sigilo, e novas diligências devem ser realizadas nos próximos dias. Caso as irregularidades sejam confirmadas, os envolvidos podem responder por crimes como peculato e fraude em licitação.