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Tensão nas eleições da Ordem dos Advogados do Brasil em Santa Catarina. No dia 22 de novembro, mais de 50 mil pessoas vão às urnas em todo o Estado para eleger as diretorias e conselhos da Seccional e das 53 subseções, além da diretoria da Caixa de Assistência dos Advogados de Santa Catarina e dos três Conselheiros Federais que a OAB/SC tem direito. Todos os cargos possuem mandato de três anos. Na subseção de Chapecó, estão habilitados para votar 2.256 advogados.
Na disputa pela Seccional, existem três chapas. A chapa 1 tem como candidata a presidente Vivian de Gann, de Florianópolis; e para vice-presidente Marcus Alexandre da Silva, de Joinville. A chapa 2 tem como candidato a presidente Rodrigo Curi, de Florianópolis; e para vice-presidente Admar Gonzaga Neto, de Balneário Camboriú. A chapa 3 tem como candidato à presidência Juliano Moreira, de Balneário Camboriú; e para vice-presidente, Gisele Kravchychyn, de Florianópolis.
A atual presidente da subseção de Chapecó da OAB, Maria Tereza Zandavalli, apoia a chapa 3, que seria a continuidade da atual gestão estadual e colocaria a atual presidente da Seccional, Cláudia Prudêncio, no Conselho Federal. Para continuidade da atual gestão local, Maria apoia a chapa 101, que tem como candidato a presidente Guilherme Matos; e para vice-presidente Daiana Capeleto. A oposição em Chapecó tem a chapa 102, com Luciana Franzen como candidata a presidente, e Cristiano Stonoga como candidato a vice.
A denúncia
Vivian de Gann protocolou ontem (30) uma representação contra a chapa 3, denunciando assédio de integrantes da situação contra advogados que apoiam a oposição. Na denúncia, foram anexadas cópias de mensagens e áudios que, segundo Vivian, comprovam a exoneração do presidente da comissão da jovem advocacia de Indaial, Fernando Dalarrosa, após declaração de apoio à oposição. Segundo Vívian, há vários relatos sobre intimidações e constrangimentos em diversas subseções e em Florianópolis.
Candidato a uma vaga no Conselho Federal, o ex-presidente Tullo Cavallazzi Filho já havia denunciado o caso durante entrevistas concedidas na última terça-feira em Criciúma. Fernando disse que interlocutores da situação exigiram uma retratação pública para não destituí-lo do cargo. Essa situação gerou grande repercussão.
Na representação, consta que Caroline Arnhold, candidata a conselheira estadual suplente pela chapa 3, teria alegado que seria “antiético” Fernando continuar na comissão, e simultaneamente apoiar outra vertente política que não fosse aquela encabeçada pela presidente da subseção de Indaial.
Foi a própria Caroline que teria relatado a Fernando que a pressão seria estadual, da parte dos integrantes da chapa de Juliano Mandelli. Não tendo renunciado ao cargo de presidente de comissão, nem se retratado do vídeo publicado, Fernando foi então destituído da função de presidente da Comissão dos Jovens Advogados de Indaial, e em seguida excluído de todos os grupos de WhatsApp de que fazia parte.
Recadinhos
- A OAB, em nível de país, saiu recentemente de um estado de uso político pela esquerda. Muitos advogados em Chapecó reclamam que, em nível nacional, há pouco posicionamento em temas centrais do país.
- Esta instituição já teve mais brio. Em 1992, foi autora, junto com a Associação Brasileira de Imprensa, do pedido de impeachment que derrubou o ex-presidente Fernando Collor.
- As eleições do próximo dia 22 precisam transcorrer de forma limpa e responsável para o benefício da comunidade, não apenas da advocacia. Aguardamos a manifestação da defesa dos advogados candidatos na chapa 3 que foram citados.
- Haverá poucas subseções com mais de uma chapa na disputa pelas diretorias locais. São elas Araranguá, Blumenau, Canoinhas, Chapecó, Criciúma, Fraiburgo, Indaial, Itajaí, Joinville, São Lourenço do Oeste e Tubarão.