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Desconforto entre Jorginho Mello e João Rodrigues expõe divisões em SC antes de 2026

Cena tensa em Chapecó indica desafios na aproximação das principais lideranças do estado, cujos interesses e alianças caminham em direções opostas

Foto: João Rodrigues e Jorginho se encontraram em inauguração em Chapecó – Imagem: Leandro Schmidt/PMC

Fonte: SC em Pauta

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As imagens do governador Jorginho Mello (PL) em Chapecó, não conseguindo esconder seu desconforto ao lado do prefeito João Rodrigues (PSD), que já anunciou sua intenção de disputar o Governo do Estado em 2026, mostram que, ao contrário do que é propagado por lideranças ligadas ao Centro Administrativo, sobre estarem juntos em uma mesma chapa, que a realidade se mostra bem diferente.

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É claro que a palavra “nunca” não deve ser usada, porém, as variantes são tantas que levam a uma disputa, que é mais honesto atribuir a uma torcida do que a uma análise política quando se fala em uma aproximação entre essas duas grandes lideranças. Para Jorginho, o ideal é colocar todo mundo em um mesmo caminhão e, lá, depois do prazo final, quando ninguém mais tiver alternativa, definir quem estará no seu projeto e de que forma, para levá-lo à reeleição. Por isso, a decisão de Rodrigues o incomoda tanto, pois impede a construção de um domínio absoluto do cenário.

O fato é que o governador tem razões para se preocupar com o movimento do pessedista. O crescimento do PSD, que é a segunda maior força populacional do estado, e o fato de o prefeito de Chapecó ter uma histórica ligação com a direita, dividirão os votos que foram dados a Jorginho em 2022. Além disso, até hoje, o governador precisa explicar sua relação com o governo de Dilma Rousseff (PT), quando indicou cargos para o DNIT, conforme foi questionado no programa Canal Livre, que participou no último domingo.

Outro ponto que chama a atenção é que Rodrigues já deixou claro que não vai tentar se apegar à onda. Quando questionado sobre o possível posicionamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ele afirmou que continua sendo seu amigo e que o apoia, mas que em 2026 trabalhará para conquistar o eleitor catarinense por suas próprias ações. “Eu quero mostrar o que fiz e apresentar o que farei. Não vou ficar dizendo que estou grudado neste ou naquele. Tem que ter proposta e projeto para melhorar a vida das pessoas. Quem quiser me apoiar será muito bem-vindo”, afirmou.

Para antecipar o passo, o governador tenta amarrar o Progressistas e o MDB ao seu projeto, para, possivelmente, enfrentar um candidato sem grande aliança, já que Rodrigues tem trazido um discurso antissistema contra a troca de cargos por apoio e, conforme já criticou nos bastidores, sem colocar a faca no pescoço de prefeitos caso seja eleito, como forma de forçá-los a migrar para seu partido.

Questionado sobre como um político pode fazer esse discurso, Rodrigues destacou que não é o tempo de política que define quem pode lutar contra um sistema instalado, o qual, segundo ele, precisa mudar. “Eu fiz isso em Chapecó. Uma grande coligação, sem me comprometer com ninguém por cargos. A grande aliança tem que ser firmada com o povo, com o anseio popular para atender as pessoas que confiam em nós. Não o poder pelo poder através de acordos”, afirmou.

O fato é que nenhum dos dois pode ser subestimado. Jorginho conseguiu construir um partido forte no estado. Muito embora precise voltar a caminhar com os próprios pés, é uma liderança vencedora, assim como Rodrigues, já que ambos nunca perderam uma eleição.

Além disso, essa provável disputa fará bem ao estado. É uma divisão que abre dois flancos, cria alternativas e evita a centralização do poder em um único grupo, abrindo possibilidades para o eleitor que não merece receber um prato feito. Tem que haver mais opções. Sem isso, apareceria apenas o PT, que, pelos motivos relatados na coluna de ontem e também por força de um cenário de aversão ao partido criado pela extrema-direita, não terá força para chegar a uma disputa pelo Governo do Estado com chances de vencer.

Dificuldades

Outros pontos importantes devem ser ligados para mostrar o quão difícil é uma aproximação entre PSD e PL. Depois de uma eleição duríssima, não se espera que o prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSD), ou a prefeita eleita de Balneário Camboriú, Juliana Pavan (PSD), entre outros nomes, estejam em um mesmo palanque que os liberais. Como João Rodrigues (PSD) conseguiria convencê-los a passar por cima do que ocorreu durante o pleito e abraçar o projeto do governador Jorginho Mello (PL)? E com outras lideranças pessedistas se passa o mesmo. É um cenário que está às claras, é só fazer a leitura e não torcida, para enxergar.

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