Faltando sete dias para as eleições municipais, a partir deste domingo (29), a coluna Política e Cotidiano terá edições diárias com análises de, pelo menos, parte dos três últimos debates entre os candidatos a prefeito de Chapecó. Começamos com o primeiro confronto transmitido por televisão na noite do sábado (28), entre 20h55 e 23h, que será analisado hoje e amanhã (30). Recordamos que nos dois debates de TV, por opção das empresas, o candidato Dadá Westphal (NOVO) não foi convidado.
Esporte
A forma como foi organizado o debate repete o método utilizado pela mesma emissora de televisão nas eleições de 2022. Os candidatos debatem com tema definido na maior parte do confronto. O primeiro tema da noite foi esporte. João Rodrigues (PSD) começou citando a construção da Arena Chapecó, no bairro Belvedere, que está em andamento e terá capacidade para 5 mil pessoas, além da pista atlética do Complexo Esportivo Verdão, e prometeu reajustes nos valores repassados às modalidades do esporte amador.
Há a intenção de João de trocar o gramado da Arena Condá para grama sintética, e aumentar os aportes para modalidades que têm projeção de disputar ligas nacionais a médio prazo. Pedro Uczai (PT) propõe implantar um Bolsa Atleta municipal, incentivar o esporte como lazer e saúde, além de usar as atividades esportivas como apoiadores da segurança pública. Voltou, logo no início do debate, a ousada promessa da construção de 51 centros de esporte, cultura e lazer nos 51 bairros de Chapecó.
João mencionou que Uczai estava se referindo ao governo dele quando prometeu ações na pauta esportiva, mencionou os três centros de esporte, educação e tecnologia que estão entregues ou em construção, os investimentos nos parques novos e já existentes da cidade, e o programa Atleta do Futuro. Por fim, João relembra a polêmica creditada ao PT de transformar o antigo Estádio Índio Condá em uma horta comunitária no início dos anos 2000.
Pedro falou que essa afirmação é mentirosa e que ele intermediou o patrocínio da Caixa Econômica Federal para a Chapecoense durante parte dos seis anos em que o clube esteve na Série A do Brasileirão. Uczai acusou João de fazer uso político da torcida do Verdão do Oeste, e defendeu as ações esportivas dos governos do PT em Chapecó, entre 1997 e 2004.
Água e esgoto
Pedro Uczai defende a conclusão do Projeto Chapecozinho da Casan, e promete a construção de três reservatórios, nos bairros Esplanada, Santo Antônio e Efapi, além do Distrito de Marechal Bormann e alguns loteamentos. As obras de esgoto estariam focadas na Vila Mantelli, bairro São Pedro e na região da Unochapecó. Uczai defende a conclusão da dragagem do Lajeado São José e a construção do sistema de captação de água do rio Uruguai, coisa que afirma defender desde 2012.
João rebateu as propostas do PT afirmando que a água é uma concessão pública da Casan, e defendeu a municipalização do serviço: “só não farei isso se a Justiça me impedir”, afirmou o candidato à reeleição, recordando a falida tentativa de 2009 e os protestos que a esquerda fez contra a municipalização. Rodrigues afirmou que nunca acreditou no Projeto Chapecozinho, e que sempre defendeu a captação de água do rio Uruguai.
Pedro disse que gostaria de saber o que José Cláudio Caramori (PSD), ex-prefeito de Chapecó que venceu a eleição de 2012 contra ele, estaria falando no momento do debate, já que ele teria defendido o Projeto Chapecozinho. Uczai também mencionou que João Rodrigues assinou, em 2022, um aditivo que mantinha a concessão da Casan em Chapecó até 2056, e afirmou que a taxa de esgoto sanitário só atingirá 69% dos chapecoenses em 2027.
João respondeu dizendo que está muito preocupado com a saúde mental de Pedro Uczai por causa das afirmações, negando a assinatura do aditivo de 2022. Rodrigues afirmou que Pedro é contra o rompimento do contrato com a Casan, e que é favorável a que a estatal continue operando em Chapecó.
Recadinhos
- Ter Eduardo Prado mediando um debate à Prefeitura de Chapecó é um prêmio à carreira. Fica um pouco estranho na tela o jeito povão do querido colega estar ensanduichado pelas regras do debate, mas são ossos do ofício.
- Inclusive, tive a oportunidade de trabalhar com o comunicador por um ano e meio, e o que ele é em frente às câmeras, também é atrás delas. Mesma personalidade, mesmo temperamento, mesmas opiniões.
- Um debate em televisão é muito mais desafiador do que um debate em rádio, tanto para o candidato quanto para o jornalista. São excelentes os exemplos que chegam da disputa de São Paulo.
- Falando na capital paulista, segue atualização da previsão do instituto Polling Data: Ricardo Nunes (MDB) teria 29,1% dos votos válidos, Guilherme Boulos (PSOL) teria 27,8% e Pablo Marçal (PRTB) estaria fora do 2º turno, com 24,3% das preferências.